Especial Exercícios Universitários

Por Fernanda Sales*

A seção Curtas estreou em Junho do ano passado e desde o seu início trabalhou com o intuito de divulgar e levantar o debate em cima da produção audiovisual de dentro de universidades ou de escolas de cinema, ou seja,  no âmbito da aprendizagem. Sabemos que esse universo tem as suas peculiaridades: para quem sempre sonhou em fazer cinema/audiovisual as escolas e faculdades se constituíram no Brasil desde meados da década de sessenta uma forma de se ter acesso à essa vontade. As instituições nos proporcionam o aprendizado, tanto teórico quanto técnico, e se constituem como um ponto de encontro de pessoas com os mesmos interesses.

Claro que nem tudo é perfeito. É sabido dos limites que vários cursos de audiovisual possuem, principalmente aqueles de universidades públicas, já que a situação destas de modo geral – não para apenas a formação em audiovisual-  é bastante delicada, envolvendo questões de ordem política, social e cultural do próprio aprendizado. No âmbito prático, sabe-se de como é difícil realizar um curta-metragem, um projeto pessoal ou coletivo, quando se é um estudante de cinema.  Todos passamos pelos mesmos processos: precisamos de idéias, de equipamentos, de tempo, de dinheiro, de bons atores, de apoios, de solidariedade,de compreensão, de harmonia, de sorte…

Visando essas questões, a seção Curtas da RUA decidiu para o mês de Abril fazer um Especial de Exercícios Universitários. Foram vários que chegaram através da nossa Chamada de Curtas e achamos que seria interessante colocá-los em pauta, expor o que se tem produzido por aí enquanto exercício de aprendizado. Para esse especial decidimos pedir que a equipe de cada curta selecionado escrevesse um texto sucinto sobre a produção deste, passando pela concepção, dificuldades e resultados do processo.

Os curtas selecionados foram cinco, um de São Paulo, um de Curitiba, um de Juiz de fora e dois de Natal. Confira todos esses curtas e leia sobre eles nesse especial!

Contraponto (Henry Badaröh, SENAC, 2011)

Priorizei a fotografia, que é realmente minha área de atuação, e tentei dar ao máximo uma atmosfera dos filmes da Nouvelle Vague, com fotografia em preto-e-branco e câmera na mão, na rua – além de ter aproveitado bem o fato de trabalhar com sons e imagens separados…”

A Garota da Fotografia (Maíra Larissa, Jéssica de Lima e  Pedro Ciarlini, UnP,  2011)

“ A   ideia   para    o curta  veio  de  uma  “creepypasta”,  histórias  de  terror postadas   em   fóruns   e   redes   sociais   com   intuito   de   chocar   o   leitor,   que   circula pela   internet   há   anos.   Tentamos  manter   o   roteiro   o   mais   fiel   possível   ao   texto original…”

Memória a Dois(Anderson Simão, Evandro Scorsin e Nuno Poli, FAP, 2009)

“A forma proposta era do tipo “ensaística”, ou seja, extravasava qualquer forma definida, poderia possuir uma ou misturar e/ou englobar diversas opções estéticas. O curta deveria partir de um evento ou material de arquivo (passado recente ou não) e propor uma reflexão sobre este…”

Prometo que Juro (Jasmine Giovannini, UFJF, 2011)

“Em cima dessa base trabalhamos com referências nos diretores do cinema contemporâneo, como Cao Guimarães e Esmir Filho, assim como propostas estéticas como a Lomografia e o Stop Motion…”

Sofia mora aqui(Moniky Rodrigues, UnP, 2011)

O roteiro do filme surgiu a partir de uma memória do meu avô. Ele costumava falar “Deus disse: não estrua” quando alguém deixava sobrar comida no prato. Aqui no nordeste a gíria “estruir” significa desperdiçar. Daí formou-se imediatamente a ligação com o conceito de desenvolvimento e sustentabilidade ambiental, que era pedido pela disciplina..”

* Fernanda Sales é aluna do curso de Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Editora Geral da Revista  RUA.

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Este post tem 2 comentários

  1. Author Image
    Arizampa

    Vocês deviam comentar sobre alguma produção de Brasília. Tenho acompanhado algumas mostras e as produções daqui são bem interessantes.

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