Os sete erros que um dirigente de TV educativa não deve cometer. E eu cometi.

Ângela Carrato é jornalista, professora da UFMG, doutoranda em Comunicação pela UnB.

INTRODUÇÃO

Os textos acadêmicos na área de comunicação podem ser classificados em três categorias: os chamados teóricos, os ditos manuais práticos e os relatos de experiências vividas. Esses últimos quase sempre se caracterizam pelo registro do sucesso de seus autores, a enumeração das façanhas que realizaram e a contribuição que deram ou acreditam ter dado. São raros os textos em que o autor se dispõe a se mostrar por inteiro, deixando de lado a bela imagem que possuem de si e do seu trabalho.

Um texto que sempre me encantou pela coragem é o do jornalista Samuel Wainer, “Minha Razão de Viver”, onde detalha os problemas que enfrentou à frente do jornal “Última Hora”, um dos marcos da imprensa no país.

Foi pensando em Samuel Wainer e em outro brasileiro que admiro, o antropólogo Darcy Ribeiro, que teve a coragem de assumir que “errou” mais do que acertou, que decidi escrever o presente texto.

Poderia ter optado por um texto “clássico”, valendo-me da citação de meia dúzia de autores ou, então, ter seguido o caminho convencional ao detalhar o funcionamento de uma emissora de televisão. Poderia, igualmente, registrar o que fiz à frente da Fundação TV Minas Cultural e Educativa (Rede Minas de Televisão) nos dois anos em que exerci a sua presidência, acumulada com direção de Programação e a primeira vice-presidência da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (ABEPEC).

Se tivesse optado por esse caminho, acredito que minha contribuição para os jovens que estão concluindo o curso de Comunicação na UFSCAR seria pequena. Teorias e relatos de funcionamento de emissoras de TV existem muitos. O que falta é conhecimento de como, na realidade, as coisas acontecem.

No Brasil são poucos os profissionais que, até o momento, tiveram a oportunidade de dirigir uma emissora de TV. Até recentemente o número de emissoras era pequeno e uns poucos se eternizavam no cargo.

Nas emissoras comerciais, o critério para ocupar a direção-geral era ser o dono do empreendimento, seu filho ou alguém de sua confiança. A TV Globo, por exemplo, ao longo dos seus 45 anos, não teve mais que meia dúzia de dirigentes.

E se o critério para dirigir uma emissora comercial é a total sintonia com o dono, nas emissoras estatais, educativas ou culturais a sintonia exigida é com o governante de plantão. Com ele e com o grupo político que o apóia, que pode ser composto por um ou mais partidos, além dos amigos, familiares e dos bajuladores de sempre.

Até dezembro de 2007, não havia TV Pública no Brasil. As TVs não comerciais atendiam pelo nome de TVs Educativas e Culturais e, na maioria das vezes, não eram nem uma coisa nem outra. Engrossavam a fileira das TVs Estatais, aquelas que têm por função divulgar exclusivamente o que o governo faz. Atualmente, a única emissora assumidamente TV estatal no país é a NBR, também conhecida como a TV do Governo Federal. Os governantes (independente do partido a que pertençam) jamais abriram mão de colocar no ar o que era do seu interesse e de omitir ou desconhecer o que não lhes era conveniente. Isso valia tanto para o governo federal quanto para os estaduais. Nos estaduais, aliás, os desmandos eram até maiores.

1º ERRO: ACREDITAR NA COMPETÊNCIA

Minha relação com a TV Minas não começou com o convite que recebi, em dezembro de 2002, do então governador eleito Aécio Neves, para dirigi-la. Teve início duas décadas antes, quando junto com vários intelectuais e jornalistas, assinei o manifesto solicitando aos então candidatos ao Palácio da Liberdade que criassem uma emissora educativa no Estado. Apesar de Minas Gerais ser um dos estados mais importantes da federação, foi um dos últimos a criar sua TV Educativa. Ela foi criada pelo governador Tancredo Neves, em 1983, e teve no jornalista Guy de Almeida o responsável maior por sua concepção.

Em 1987, também participei ativamente do grupo de profissionais que denunciou (através de artigos, entrevistas, palestras e debates) o sucateamento que o então governador Newton Cardoso estava promovendo em todo o sistema de comunicação do Estado (TV Minas, Rádio Inconfidência e Imprensa Oficial).

Quando cheguei à direção-geral da TV Minas (por se tratar de uma fundação, o diretor-geral tem o pomposo cargo de presidente), trazia na bagagem 26 anos de experiência como jornalista (atuando em jornais, revistas e TVs), 16 anos como professora de Comunicação, mestrado em Comunicação Social pela UnB e a formação em Psicanálise. Mas não foi nada disso que definiu minha escolha para o cargo. A escolha se deu como uma espécie de “prêmio” para quem, desde o primeiro momento, apoiou o político Aécio Neves e, há mais de 10 anos, trabalhava com ele.

Ter acreditado que minha escolha para o cargo havia se dado pelo meu currículo e pela minha competência para exercê-lo foi, sem dúvida, meu primeiro erro.

2º ERRO: NÃO TER EXIGIDO, LOGO QUE ASSUMI, UMA AUDITORIA NA EMISSORA

Integrei, junto com outros três profissionais, a equipe de Transição em Comunicação para o Governo Aécio Neves. Nossa tarefa era avaliar a situação do setor em Minas, no final do governo Itamar Franco. A equipe se dividiu em dois subgrupos. Participei do que avaliou os veículos de comunicação governamentais e lembro que uma das observações que registramos no relatório final é que não tínhamos tido acesso à TV Minas.

No governo Itamar Franco, a Fundação TV Minas Cultural e Educativa integrava o sistema operacional da Secretaria de Estado de Governo. Em outras palavras, mais “chapa branca”, impossível. Uma primeira conquista do secretário de Estado da Cultura de Aécio Neves, o ex-ministro Luís Roberto do Nascimento Silva, foi ter conseguido que a TV Minas voltasse a integrar o sistema operacional da Cultura. Se não me engano, essa foi uma das condições que colocou para aceitar o cargo.

Os ventos propícios, no entanto, pararam aí. No primeiro mês à frente da emissora, tive o dissabor de ver a sua dotação orçamentária anual de R$ 13 milhões, reduzir-se a menos de um terço. Em virtude do “choque de gestão” – termo disseminado pelo governo para simbolizar a marca da “eficiência financeira” do mandato de Aécio Neves – nos dois anos em que estive lá, o orçamento da emissora nunca foi além de R$ 3,6 milhões.

Na TV Minas sobravam problemas. Do subsolo, onde se localizava a garagem, ao 11º andar, onde estava o gabinete da presidência, as dificuldades eram de toda ordem. A mais visível era a falta de recursos. O orçamento mensal não cobria as despesas básicas: aluguel, folha de pagamento, contas de água, luz, telefone e satélite.

Dos mais de 400 funcionários (o Departamento de Pessoal não sabia exatamente o número), 380 eram contratados através de duas cooperativas de trabalho, em desrespeito ao que determinava o Estatuto da emissora, que exigia que todos fossem concursados.

Antes de completar um mês à frente da emissora, já havia recebido a visita dos Sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas, reivindicando melhores salários para seus associados, e também do Ministério Público, exigindo que encerrássemos os contratos pessois via cooperativas. A penalidade para o descumprimento seria uma multa diária de R$ 5 mil.

Nesse primeiro momento, estabeleci como norte para o trabalho, a redução dos gastos da emissora e a melhoria da programação. No início de 2003, a TV Minas tinha menos de seis horas diárias de programação própria, contando as várias reprises. Dois programas poderiam ser considerados razoáveis. Os demais ficavam abaixo do aceitável.

Mas se faltavam bons programas, sobravam funcionários, em especial na área administrativa, numa nítida inversão de prioridades. Ao mesmo tempo em que tratei de localizar e conhecer um por um dos funcionários (tarefa nada simples, pois muitos não compareciam ao serviço), tentei regularizar o quadro funcional, adequando-o às necessidades da emissora.

Depois de muita insistência e, apesar da má vontade da Secretaria de Planejamento, consegui substituir as duas cooperativas por contratos administrativos. A promessa que ouvi do governador era de que, em breve, realizaríamos concurso público. O primeiro na história da emissora.

Por mais que economizasse, as contas da emissora não fechavam. A TV Minas tinha uma frota de 21 veículos. Na documentação constava que havia passado recentemente por revisão e que os pneus eram novos. A simples observação dos veículos desmentia a papelada. Pior ainda: os gastos com combustível e oficina eram exorbitantes.

Levei quase dois meses para entender o que acontecia. O diretor Administrativo, através de terceiros, possuía uma frota de táxi. Era essa empresa que utilizava o abastecimento, as revisões, os pneus e até mesmo motoristas da emissora. A descoberta, aliada aos outros desmandos que identifiquei, provocou a saída desse senhor. Para surpresa, quando comuniquei o fato à Andrea Neves, irmã do governador, que na prática era quem comandava a área de comunicação do Governo, levei uma enorme reprimenda. O tal diretor era cota do ex-governador Itamar Franco, em troca do apoio à candidatura de Aécio Neves. Portanto, eu havia criado um problema político para o governador.

Ao contrário das conversas com a irmã do governador, as audiências com o próprio eram sempre boas e tranquilas. Quando lhe relatei o fato, ele ouviu em silêncio e sugeriu apenas que olhasse para frente, sem me ater ao “retrovisor da história”. Só que o passado insistia em se manter presente.

A saída do diretor Administrativo permitiu que tomasse conhecimento de vários outros problemas: o setor de projetos especiais estava desativado há quase um ano. Mesmo assim, mais de 60 pessoas (algumas da própria emissora) continuavam recebendo os maiores salários pagos pela casa. Não faltava nem mesmo gente recebendo dois salários por mês: um como cooperativado e outro pelos projetos especiais.

Qualquer emissora de televisão precisa de uma equipe jurídica em tempo integral. A “Consultoria Jurídica” da TV Minas era composta por apenas um profissional, que nunca estava lá. No horário do expediente, o consultor poderia facilmente ser encontrado em outro emprego, no próprio governo de Minas. As urgências da TV Minas que esperassem…

O prédio onde funcionava a emissora, além do aluguel caro para o nosso magro orçamento (mais de R$ 100 mil por mês), não era adequado a uma TV. Os estúdios não possuíam pé direito suficiente para cenários e nem espaço para a presença de platéia, sem falar que o caminhão de externa não entrava na garagem. Jornalistas, cinegrafistas e motoristas não contavam com seguro contra acidentes. O mesmo se repetindo em relação aos veículos. Proteção ali, só a divina.

Com algumas poucas exceções, a cada “armário” que abria, encontrava um novo “esqueleto”. Todos foram devidamente registrados e relatados ao Secretário da Cultura, a quem formalmente a TV Minas estava subordinada. Errei ao não seguir seu conselho. Deveria ter exigido do governo a realização de uma auditoria antes de completar três meses na emissora, sob pena de deixar o cargo.

3º ERRO: APOSTAR NA QUALIDADE DA PROGRAMAÇÃO

A razão de ser de uma emissora de TV é a sua programação. Essa verdade acaciana não encontrava repercussão na TV Minas. Pelo que pude observar – com as exceções de praxe – o compromisso dos profissionais da Diretoria de Programação e do Jornalismo era com quase tudo, menos com uma programação de qualidade e efetivamente educativa e cultural.

Os programas ao vivo eram poucos e, mesmo assim, apenas de segunda a sexta. A emissora não tinha um telejornal matinal, porque jornalistas e cinegrafistas não queriam levantar cedo. Durante a semana, a programação ao vivo não passava das 20 horas, porque as equipes também não queriam sair “tarde” do trabalho.

Os mesmos entrevistados se repetiam em dois ou três programas num mesmo dia, por preguiça e falta de entrosamento entre as equipes de produção. Não faltava apresentador fazendo “sutilmente” merchandising de produtos, prática vedada pelo Estatuto das TVs não comerciais.

Os nomes que sugeri para o governador para ocupar a diretoria de programação, não foram aceitos. Os que o governo me indicou, não aceitei. Não se tratava de capricho de minha parte. Os nomes sugeridos não tinham a menor qualificação para o cargo e estava cansada de gente que só atrapalhava. Enquanto não se chegava a um consenso, passei a acumular o cargo.

Como se não bastassem os mil pepinos diários da presidência da emissora, lancei-me apaixonadamente na construção de uma nova grade de programação. Ela funcionaria como a alavanca para redimensionar a TV Minas. Um telejornal matinal foi criado, além de 10 programas novos, buscando contemplar as diversas faixas de horários e públicos. Reformulei a maioria dos programas existentes e busquei uma cara nova para a emissora, resgatando o que havia de melhor em sua história: a logomarca em vermelho, preto e branco e a voz feminina para os institucionais da emissora.

Reformulei, também, a interprogramação, como são denominados os intervalos comerciais nas TVs educativas. Através de filmetes e spots, passamos a divulgar os pontos turísticos de Minas Gerais, registrávamos fatos e datas importantes para a cultura mineira e ainda caprichávamos na divulgação de eventos e nas mensagens de utilidade pública.

O lançamento da nova grade de programação aconteceu antes de completar um ano à frente da emissora. A nova grade foi sucesso imediato, com a emissora saindo da condição de traço de audiência (ou seja, menos de 1%) para o terceiro lugar em Minas, com três telejornais diários. Em alguns horários, chegamos a assumir a liderança, como no final da tarde (com o talk show “Brasil das Gerais”), na hora do almoço, com a programação esportiva, e nas noites de domingo, com debates esportivos. O programa de clips musicais “A cor do Som”, exibido nas madrugadas, também começava a ganhar liderança quando deixei a TV.

A TV Minas passou a ficar 24 horas no ar, 14 horas com programação própria. O tempo restante, completávamos com programas de outras emissoras educativas do país. O secretário da Cultura nunca poupou elogios à nova programação. Artistas e intelectuais também elogiavam o nosso trabalho. Mas eram das cartas, telefonemas e e-mail dos telespectadores que recebia as avaliações mais significativas para mim. Avaliações, felizmente, positivas e carinhosas, que não se furtavam em elogiar as “excelentes mudanças” que estavam ocorrendo.

Todas as vezes que perguntei ao governador sobre o que estava achando da nova programação, ele não disse nada, alegando falta de tempo para assistir televisão. A irmã do governador também nunca teve tempo para assistir à TV Minas, mas isso não a impedia de, com freqüência, ligar para mim ou me chamar ao seu gabinete, para reclamar do conteúdo de reportagens, programas ou de pessoas que haviam sido entrevistadas pela emissora. “Você está fazendo uma TV do governo ou da oposição?” perguntava.

Entusiasmada com o sucesso da programação, dedicava-me de corpo e alma ao trabalho. Consegui, por exemplo, colocar no ar, novamente, o programa “Arrumação”, do consagrado artista mineiro Saulo Laranjeira, que havia deixado a TV Minas na gestão anterior, por falta de recursos. Consegui, através do cargo que tinha na ABEPEC, estabelecer um intercâmbio de programação com as emissoras educativas da Bahia, do Pará e do Rio Grande do Sul. A TV Minas veiculava programas dessas emissoras e nossos programas eram transmitidos por elas.

A parceria com essas emissoras educativas foi também a fórmula que encontrei para relativizar a pressão que a TV Cultura, de São Paulo, e a TVE-Rio, exerciam sobre a TV Minas. Apesar da qualidade de nossa programação, a TV Cultura e a TVE-Rio continuavam agindo como se só elas tivessem programação de qualidade e só elas pudessem funcionar como cabeças de rede no país.

O que considero os pontos altos do meu trabalho à frente da direção de Programação da TV Minas aconteceram quando a jornalista Leila Ferreira decidiu não renovar o contrato com a TV Globo local, indo propor um novo programa para a TV Minas. Já com o comentarista de futebol Dadá Maravilha, a decisão de não renovar o contrato com a Globo não partiu dele, mas da própria emissora. Independente da ordem dos fatores, o certo é que dois ex-globais queriam ir para a TV Minas. Um ano antes, a TV Minas simplesmente não contava.

Aqui vale um parêntese. Na época, cabia à TV Globo a exclusividade para a transmissão do campeonato brasileiro e de qualquer partida de futebol, mesmo as amistosas. O acerto da Globo com a CBF e os times era tão draconiano que nem as partidas que ela decidia não colocar no ar eram liberadas para que as emissoras educativas as veiculassem.

Zezé Perrela, então dirigente do Cruzeiro e amigo do governador Aécio Neves, telefonou-me em meados de janeiro de 2004, perguntando se interessava para a TV Minas transmitir, ao vivo, sem custos para a emissora, uma partida entre o Cruzeiro e o Cabofriense, direto de Cabo Frio (RJ). A resposta obviamente foi sim. Verifiquei se não havia alguma ilegalidade e coloquei nossa equipe na estrada.

O resultado foi que, numa noite de quarta-feira, em janeiro, a TV Minas bateu todos os recordes de audiência no horário. Como se não bastasse o locutor da partida fazer inúmeras chamadas para a programação da emissora, no intervalo caprichamos com uma interprogramação que surpreendeu positivamente o telespectador. Ninguém estava vendendo nada. Nossos “comerciais” eram sobre paz no trânsito, gentileza urbana, as belezas de Minas, Guimarães Rosa, combate à discriminação de mulheres e de negros e compromissos com o meio ambiente.

O sucesso de nossa programação começou a incomodar as outras emissoras. Na época, tive notícias de queixas que a direção da Globo, da Alterosa e da MTV fizeram ao governador, reclamando da minha postura “agressiva” à frente da TV Minas e também na ABEPEC. De acordo com eles, minha postura não era condizente com a de um dirigente de TV oficial. Do governador, nunca ouvi nenhuma crítica ou reprimenda nesse sentido. Ele apenas dizia para eu não brigar com ninguém. Eu não brigava. Apenas levava a sério meu trabalho. Esse foi outro erro, que só me dei conta bem depois.

4º ERRO: LUTAR E DEFENDER PUBLICAMENTE MAIS VERBAS PARA A TV MINAS

Na primeira entrevista como presidente da emissora, anunciei que teria como metas melhorar e ampliar a programação e garantir que ela chegasse aos 853 municípios mineiros. Detalhe: na época, várias regiões de Minas só tinham acesso às emissoras do Rio de Janeiro e de São Paulo. Para melhorar e ampliar a programação necessitava de recursos.

Foi durante mais uma das reuniões tensas, na secretaria de Planejamento, que ouvi do titular da pasta, Antônio Anastasia, que se a TV Minas não tinha recursos, o problema era meu. Esse senhor não quis nem ouvir meus argumentos sobre o contingenciamento das verbas da emissora e foi dando as costas.

Buscando entender o que se passava, mergulhei na análise da história contábil da emissora. Identifiquei, por exemplo, que a ausência de recursos havia sido a tônica da emissora no governo Newton Cardoso, mas que isso não era verdade nas administrações Eduardo Azeredo e Itamar Franco. Nessas duas, que antecederam a de Aécio Neves, a TV Minas havia tido orçamentos compatíveis com suas necessidades. E se Itamar Franco notabilizou-se pela censura férrea que impôs à emissora, foi mão aberta ao reequipá-la e transformá-la também em produtora de vídeo. Com os recursos provenientes da produção de vídeos para o mercado, a emissora conseguia se equilibrar financeiramente.

Reativar a produtora de vídeo da TV Minas era a solução. E foi o que fiz. Ao mesmo tempo, passei a pressionar o governo para que a TV Minas também fosse incluída na mídia oficial destinada às demais TVs. Não havia motivo para o governo anunciar – e o governo Aécio Neves sempre foi um grande anunciante – nas emissoras comerciais e deixar os veículos do Estado de fora. Nessa luta, tive o apoio do então presidente da Rádio Inconfidência, José Alberto da Fonseca, às voltas com problemas semelhantes.

Além da nova grade de programação, dos spots da interprogramação, a TV Minas passava a veicular a propaganda oficial, o que muito contribuiu para que outros anunciantes se interessassem em associar suas marcas à emissora. Foi assim, por exemplo, com a Fiat. Acostumada com a existência, há décadas, de TV Pública na Europa, a montadora italiana não viu problema em veicular um institucional onde não se falava em preço de automóvel ou venda de carro. No institucional que a produtora da TV Minas fez para a Fiat, o destaque era o compromisso da empresa com o desenvolvimento de Minas e do Brasil.

Estava aberto um novo caminho para os institucionais de empresas nas TVs não comerciais em Minas. Não sei se todos sabem, mas a legislação brasileira, no que se refere às TVs educativas, proíbe a veiculação de publicidade. A proibição, que já dura décadas, é mais um capítulo da luta dos donos de veículos comerciais para inviabilizar as demais modalidades de veículos de comunicação. A TV Cultura já havia feito alguns institucionais nessa linha, mas veicular um institucional de um peso-pesado como a Fiat foi primazia da TV Minas.

Rapidamente, a grade da interprogramação da TV Minas estava coalhada por institucionais que não vendiam nada e nem prometiam o paraíso na terra. Os telespectadores adoraram, a julgar pelas cartas e e-mails que não paravam de chegar.

Um dia, recebi convite da Associação Comercial de Minas Gerais, para integrar o grupo de especialistas a ser criado com o objetivo de analisar a situação da publicidade no Estado. Aceitei. Tivemos uma única reunião. Os integrantes eram mais de 60, entre agências de publicidade, professores universitários, empresários e representantes de veículos comerciais e não comerciais. Senti que havia, por parte dos presentes, uma enorme curiosidade sobre a “revolução” que estava acontecendo na TV Minas. O clima era amistoso e respondi a todas as perguntas com dados e farta documentação. Nunca fui convidada para outra reunião desse grupo e, até onde sei, também não houve nova reunião.

Todos os recursos obtidos com a produtora da TV Minas eram investidos na manutenção e ampliação dos programas da emissora. Foi assim que se tornou possível a realização de programas especiais de reportagens com uma hora de duração, a cobertura de eventos (música, moda, esportes radicais, festas juninas, carnaval etc) em diversos pontos do país. De tudo isso, o que mais me alegrou foi a realização, durante o mês de março de 2004, de uma série de programas temáticos diários sob o título “Ditadura Nunca mais”.

A decisão de resgatar a história dos “anos de chumbo” havia sido da ABEPEC. As 21 emissoras que a integravam se comprometeram com a proposta, lançada pela TV Cultura. Na prática, no entanto, apenas a TV Minas e a TVE-Rio honraram o compromisso. As demais, alegando falta de recursos, fizeram um ou outro programa e ficou por isso mesmo. A TV Minas deu um show de profissionalismo e elogios chegaram de toda parte: universidades, entidades estudantis, Instituto dos Arquitetos, Ordem dos Advogados, Sindicatos dos Médicos, dos Professores, dos Economistas, dos Jornalistas, menos do Governo do Estado.

Na avaliação do governo, eu estava indo longe demais. Como se não bastasse “tirar” anúncios das outras emissoras, estava revolvendo uma história que era melhor esquecer. A entrevista que fizemos com o jornalista Mino Carta na qual ele falava sobre a atuação da TV Globo e da Editora Abril no período da ditadura irritou profundamente os representantes dessas emissoras, que foram se queixar direto com o governador.

Através de amigos que trabalhavam no gabinete do governador, tinha acesso a essas informações, mas meu erro foi subestimar o poder de fogo das emissoras comerciais. Hoje, avaliando esse fato com a distância que só o tempo permite, estou convencida que esse episódio foi usado como fachada. O que realmente preocupava as emissoras comerciais era a perda de anúncios (e de verbas) para a TV Minas. Como lembra o velho ditado, a parte mais sensível do corpo humano continua sendo o bolso.

5º ERRO: TENTAR FAZER CONCURSO PÚBLICO PARA A CONTRATAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS

Desde pequena, aprendi que lei é para ser cumprida. Quando a lei não mais atende à sociedade, devemos lutar pela convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, ensinou-me mais tarde meu pai Osório da Rocha Diniz, os jornalistas José Costa, Guy de Almeida e José Maria Rabelo, Darcy Ribeiro, Tancredo Neves e tantos outros que lutaram contra a ditadura no Brasil. Em se tratando da TV Minas, enfrentava um duplo desafio: era preciso cumprir a lei, ao mesmo tempo em que era necessário lutar para mudar a lei, pois a legislação que regia (e ainda rege) as TVs não-comerciais é uma verdadeira camisa de forças.

Três pontos são essenciais nessa mudança: criar um ordenamento jurídico compatível com a realidade das TVs não-comerciais, garantir independência para o jornalismo e a programação dessas emissoras e um orçamento à prova de contingenciamentos. Sonho de uma noite de verão? O que a ABEPEC e todos que sempre lutaram em prol das TVs não comerciais queriam (e continuam querendo) é que essas emissoras sejam transformadas em TVs públicas, como existe na Europa, nos Estados Unidos, Japão e tantos outros países.

Antes de completar um ano à frente da TV Minas, representantes do Ministério Público Estadual me procuraram para exigir a realização de concurso para a contratação de funcionários. Inicialmente, o MP deu prazo de 90 dias para que todos os terceirizados fossem substituídos por concursados, sob pena de tirar a emissora do ar. O não cumprimento sujeitava a própria dirigente às penas da lei. Levei o assunto para o governo e, outra vez, ouvi do secretário de Planejamento, que me virasse. O problema, segundo esse senhor, era meu. Recorri a quem poderia me auxiliar: o secretário de Governo, Danilo de Castro, e à irmã do governador.

Depois de dezenas de reuniões com a área jurídica do governo, ficou decidido que um projeto propondo a realização de concurso público para a TV Minas seria enviado à Assembléia Legislativa. Só depois de esse projeto ser aprovado é que a Fundação TV Minas poderia realizar o concurso. A proposta foi aceita por todos. Não demorou para que o Ministério Público percebesse o nó que havia levado ao concordar com a proposta do governo. Mesmo tendo folgada maioria na Assembléia, o governo nunca moveu uma palha para que o tal projeto fosse colocado em votação. E, enquanto o projeto não fosse votado, não haveria concurso.

Ao invés de irem reclamar com o governador, os representantes do MP não paravam de infernizar a minha vida. Queriam por que queriam que eu conseguisse que o governo realizasse o concurso público o mais rápido possível. Não os critico. Os representantes do MP estavam certos. Só não tinha mais o que fazer. O governador alegava que o assunto estava com a Assembléia. O bloco governista se comprometia com a tramitação rápida do projeto de lei, mas, na hora H, apareciam outras prioridades.

Na tentativa de viabilizar o concurso, conseguiu até que fosse criada e instalada uma Frente Parlamentar em Apoio às Emissoras Educativas e Culturais, com a participação de representares de vários partidos políticos. Foi um dos integrantes dessa Frente que certa vez me alertou: “o concurso não vai sair. Não interessa ao governo”.

Já os funcionários da TV Minas tremiam à simples menção da palavra concurso. Dos poucos mais de 400, menos de 30 eram concursados. Os demais já haviam experimentado todo tipo de vínculo nos anos que lá estavam: terceirizações, cooperativas e, finalmente, contratos administrativos (com duração teórica de seis meses e sem a maioria dos direitos trabalhistas).

Encontrei funcionários com 15, 16 e até 19 anos de casa, ou seja, estavam lá desde que a emissora havia sido criada. Lamentavelmente, nenhum governo havia se interessado em regularizar a situação deles. Se esses funcionários não fossem aprovados no concurso, teriam que deixar a emissora com uma mão na frente e outra atrás.

Nos diversos formatos de concursos que tentei desenhar – enquanto o projeto tramitava na Assembléia Legislativa – procurava sempre uma fórmula capaz de valorizar quem já estava na emissora. Algo como um número x de pontos para cada ano trabalhado. Todas essas tentativas foram reprovadas pela área jurídica, pois a lei não permitia nenhum privilégio. Quando ouvi isso, não me contive: “Como alguém pode falar em privilégio para profissionais que nunca tiveram o mínimo!”

Alguns funcionários da TV Minas acompanhavam e apoiavam a minha luta em prol do concurso, mas a maioria não queria nem ouvir falar no assunto. Os que integravam o amplo grupo dos que prefeririam continuar “dormindo até mais tarde e chegar cedo em casa”, não perdiam chance para me criticar e tentar me transformar em “carrasca”.

Uma das alternativas que apresentei para o governo, em se tratando do concurso, foi que compreendesse apenas as áreas administrativas, técnicas e de jornalismo. Para programação e produção, as provas seriam apenas práticas e análise de currículo. A proposta reduzia as insatisfações, mas estava longe de resolver o problema. Até porque a maioria dos funcionários que atuava nessas áreas não possuía qualquer formação. Aprenderam a fazer TV na raça, como gostavam de dizer.

Errei ao não levar a sério o alerta do parlamentar amigo, quanto à não conveniência para o governo da realização de concurso público. Na minha visão, o concurso era o caminho mais adequado: privilegiava a competência, era transparente, republicano e ainda livrava o governo e o dirigente da emissora dos eternos pedidos de emprego.

No caso da TV Minas, os pedidos eram muitos e diários. Nem se, a cada mês, demitisse toda a equipe e contratasse uma nova, seria capaz de atendê-los. Os pedidos vinham de todos os lados: de dentro do próprio governo, dos partidos da base aliada, de ex-parlamentares, dos “amigos de infância” do governador, de colegas da universidade, de ex-alunos, de amigos e até da oposição.

Vez por outra, atendia um pedido de emprego vindo do Palácio da Liberdade. Na maioria das vezes, deixava a substituição das vagas a cargo das próprias áreas. Mesmo assim, não tive um único dia sem enfrentar algum aborrecimento com esse assunto. E se secretários de Estado e deputados me ligavam querendo vaga para um ou outro parente, portadores de patentes políticas mais altas, como os senadores, enviavam listas com dezenas de nomes “para serem aproveitados pela emissora”.

Nunca deixei solicitações dessas sem uma amável resposta em forma de ofício, esclarecendo que, no momento, não dispúnhamos das vagas solicitadas. Mas nunca emplaquei quem quer que fosse dessas listas.

6º ERRO : QUERER TRANSFORMAR A TV MINAS EM UMA REDE DE TELEVISÃO

Das emissoras educativas e culturais brasileiras, a TV Minas era a que, pelo menos no papel, possuía o maior número de afiliadas. Para quem não é do ramo, afiliada é o nome que se dá para as emissoras que exibem a mesma programação (no todo ou em parte) de outra emissora. Nas emissoras comerciais, as afiliadas remuneram a emissora principal pela exibição da programação e bancam esses custos com a venda de publicidade.

Nas emissoras educativas, a programação para as afiliadas chega sem custos. Para se tornar uma afiliada da TV Minas, bastava ser também emissora não comercial, procurar o nosso jurídico, preencher a documentação exigida e se comprometer a não mutilar a programação da emissora. Tranqüilo?

Longe disso. Essa foi outra questão que me trouxe muitas dores de cabeça. Como a programação da TV Minas começou a fazer sucesso, o número de emissoras do interior interessadas em retransmiti-la aumentava vertiginosamente. Só que junto com a notícia de que a nossa rede de afiliadas estava aumentando, chegavam também informações sobre desmandos e absurdos.

Emissoras “educativas” da zona da Mata colocavam nos intervalos comerciais da nossa programação, anúncios de bebidas e cigarros. As TVs educativas não podem veicular esse tipo de publicidade.

Do Sul de Minas vinham informações que algumas emissoras “educativas” estavam mesclando a nossa programação com programas religiosos, o que também é proibido por lei. Da região central do Estado eram as informações que mais me impressionaram. Algumas “educativas” mesclavam nossa programação com teleshoppings e filmes pornográficos!

Pela legislação, caberia ao Ministério das Comunicações zelar pelo cumprimento da lei. Até onde sei o ministério nunca se preocupou com o assunto. Cansei de enviar ofícios aos dirigentes dessas emissoras, mas pelas cartas que recebíamos de telespectadores, não adiantavam nada. Resolvi, então, trilhar outro caminho. Anunciei a realização, em Belo Horizonte, do I Encontro das Afiliadas da TV Minas. Oficialmente, a pauta era para apresentar aos seus dirigentes (não havia senhoras entre eles) a nossa nova programação. De quebra, nosso jurídico iria dar o recado: quem não cumprisse as determinações da TV Minas no que se refere à programação, perderia o direito de exibi-la.

O encontro aconteceu num hotel em Belo Horizonte e pelo menos unas 300 pessoas apareceram lá. Ouviram atentamente o que tínhamos a dizer. Quando passei-lhes a palavra, confirmaram que exibiam anúncios de cigarros e bebidas, que colocavam cultos religiosos no ar e que vendiam tudo o que podiam, além de não considerarem nada demais “um filminho mais apimentado de vez em quando”.

Como se isso não bastasse, vários desses senhores exigiam que a TV Minas começasse a remunerá-los pela exibição de nossa programação, sob a ameaça de tirar a Rede Minas do ar em todo o Estado. O argumento era um só: “sempre foi assim”.

O argumento infelizmente era verdadeiro. Os governos anteriores pagavam às emissoras “educativas” do interior para exibirem a programação da TV Minas. O pagamento incluía até uma emissora da Capital Federal, a TV Apoio, que se considerava “porta-voz dos mineiros no planalto central”. Os pagamentos variavam. O maior, pelo que fui informada na época, era de R$ 35 mil por mês. A reunião quase acabou em pancadaria.

Não tinha dúvidas de que a briga ia ser grande. Era claro que o governo não ia querer que a programação da TV Minas saísse do ar. Eu não aceitava pagar para que a programação que fazíamos fosse exibida. Além de não termos recursos, não era correto. Uma mercearia da esquina tem mil despesas e paga impostos. As concessões para as TVs ditas “educativas” eram recebidas de mãos beijadas. Essas emissoras recebiam nossa programação sem nenhum custo e ainda teríamos que pagar por isso!!!!

Num ponto é preciso reconhecer: aqueles senhores eram competentes. Quando procurei o governo para relatar o que havia acontecido no Encontro e as ameaças que ouvira, fui informada de que eles já haviam estado no Palácio e conversado com o secretário Danilo de Castro. O governador estava viajando.

Nos meses seguintes, e até quando deixei a emissora, foram muitas as reuniões convocadas pelo Palácio da Liberdade para tratar do assunto. Minha posição foi sempre a mesma: do orçamento da TV Minas não sairá um centavo para essa finalidade.

Errei novamente ao subestimar o peso dessas emissoras, em sua maioria nas mãos de prefeitos, parlamentares e ex-deputados, pessoas pouco preocupadas com o interesse público.

7º ERRO: NÃO “ENTENDER” O QUE É UMA EMISSORA EDUCATIVA E CULTURAL

Desde as capitanias hereditárias, o público no Brasil foi sinônimo de “terra de ninguém”, de espaço a ser apropriado pelos mais fortes ou espertos. Estão aí os latifúndios e os dados oficiais para comprovar. Uma parcela mínima da população detem a maioria esmagadora das terras do país. E se existem os latifúndios na terra, não faltam os do ar.

O processo de concessões de canais de televisão – comerciais, educativos ou culturais – sempre fez parte desse outro tipo de latifúndio. Os antigos donos de terras e gado agora são os proprietários de bancos, de grandes empresas ou de emissoras de TV. Em alguns casos, tudo isso ao mesmo tempo.

Os políticos não querem desagradar a essas pessoas, por serem seus amigos, por terem interesses em comum e por, muitas vezes, eles próprios possuírem concessões de emissoras. Qualquer pessoa que desafie essa lógica torna-se sinônimo de problema para eles. E nenhum político gosta de problema.

Talvez meu erro maior tenha sido o de demorar a ter essa clareza. Minha ficha custou a cair! Afinal, acreditava que um governador jovem, inteligente e com uma enorme pista pela frente poderia ter outro comportamento em relação à comunicação.

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Este post tem 3 comentários

  1. Author Image
    Silvanacinema

    Parabéns ângela,
    se vc cometeu sete erros , pelo menos cometeu este acerto de publicar tudo isto e informar a todos o que se passa nos bastidores do jornalismo e da política mineira.

  2. Author Image
    Getúlio Neuremberg

    Parabéns pela coragem e transparência, Ângela. Só quem trabalha ou trabalhou em emissoras públicas de TV ou de rádio, especialmente em Minas Gerais, sabe como é difícil levar à frente um trabalho sério e competente. Pelo menos, no seu caso, a TV Minas contou com uma presidente preocupada com a qualidade e com o interesse público, e por isso questionava o governo do Estado e combatia os privilégios e desmandos. Infelizmente, não se pode dizer o mesmo da atual diretoria da Rádio Inconfidência, que está lá desde outubro de 2009. Além de fazerem o jogo do governo, para isso lá foram colocados, esses dirigentes incompetentes ainda se prestam ao papel de sucatear os recursos humanos e materiais da rádio. Só para se ter uma ideia, a radio deixou de fazer, ou reduziu ao mínimo, coberturas de qualidade no esporte e no jornalismo em geral, para não competir com a programação de emissoras comerciais. Além de semearem a discórdia no ambiente de trabalho, com perseguições e demissões arbitrárias de funcionários concursados, tais dirigentes, que de rádio nada entendem, estão colocando a perder tudo que a emissora conquistou a duras penas na sua fase de reformulação, a partir de 2005.

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    vicente machado

    O titulo generaliza o casuísmo do texto. Nem toda TV educativa é estatal ou publica e a experiencia da articulista se refere exclusivamente a sua estadia na pior tv estatal do Brasil que traindo a concepção das tvs educativas sempre se prestou ao aparelhamento e difundir a famigerada versão ideologica da historia. A TV Cultura de Sao Paulo apesar de estatal segue como uma das melhores tvs educativas do mundo porque não se deixou contaminar pelo virus das ideologias e não se tornou panfletaria como a rede Minas instrumento de manipulação politica dos governos que se sucedem. Alem de se prestar a divulgação de temáticas controversas totalmente fora do eixo da linha editorial das educativas. Tinha tudo para dar errado e para o bem geral está indi para o ralo.

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