Ultimate Comics: Hawkeye #1 (Jonathan Hickman, 2011)

Lucas Almeida*

Arte de Capa do Gavião Arqueiro no novo universo da Marvel Comics

Quando se trata do universo tradicional da Marvel, confesso que não sou dos maiores apreciadores de Hawkeye (Gavião Arqueiro no Brasil). Nele, Clint Barton, apesar de ser tão espertinho quanto na sua versão Ultimate, não tem a mesma audácia e eficiência. Mas, mesmo sendo um personagem tão intenso neste universo alternativo, o Gavião brincou de coadjuvante por muito tempo antes de ganhar uma série própria. Indo de um super agente especial (pelas mãos de Mark Millar) a um suicida homicida (pelas garras de Jeph Loeb), Clint está de volta às origens nesta minissérie que ajuda a estabelecer as novas regras do universo Ultimate.

Houve debates sobre a capacidade do Gavião de conseguir manter uma série própria sozinho, mas o escritor Jonathan Hickman não apenas conseguiu transformar a minissérie de 4 edições em um mini-evento, como também conectou esta história ao grande arco da trama ocorrente em Ultimate Comics: The Utimates. Para aqueles que têm lido esta outra série, várias informações ficam claras, mas para aqueles que não estão acompanhando, a conexão não faz falta, podendo assim, aproveitar a minissérie sem maiores preocupações

Quanto à história, o governo da SEAR (República do Sudeste Asiático) financiou um projeto para a criação de um vírus que acabaria com o gene X (responsável pela mutação em humanos), junto com um soro que daria poderes controlados à pessoas comuns. O problema foi quando esses super-humanos se rebelaram contra o governo ditador e começaram uma revolução violenta, conflito para o qual o chefe da defesa norte-americana Nick Fury manda o Gavião (por motivos não tão nobres). Enquanto a história poderia talvez se encaixar melhor em um livro dos X-Men, o fator do soro ser

Traço das nova série do Gavião Arqueiro tem o assinatura de Rafa Sandoval

uma experimentação na criação de super-soldados (um tema recorrente no universo Ultimate) faz com que Hawkeye seja perfeito para o trabalho, principalmente na ausência do super-soldado original, Capitão América. A arte, enquanto considerada magnífica por alguns, passa um tanto despercebida. Talvez particularmente não ache interessante o estilo cartoonizado do traço de Rafa Sandoval, ou talvez  esperasse algo mais foto-realístico por causa da linda capa por Kaare Andrews, mas embora eficiente, se sente que talvez outro desenhista teria sido mais adequado à história.

Um dos maiores problemas desta primeira edição foi a falta de explicação sobre o próprio personagem do Gavião. Não somos apresentados a nenhuma história de origem, recapitulação de acontecimentos passados ou mesmo alguma frase que indique algo que ocorreu antes dos acontecimentos vistos nela. Para leitores novos, talvez isso seja um problema, pois o único fato que fica evidente sobre Clint é que ele é um soldado magnífico que consegue transformar em armas quaisquer objetos a seu dispor. Talvez seja melhor analisar a série ao todo, mas  esta edição deixa o protagonista um pouco de lado para apresentar o conflito e a situação atual da SEAR.

Por fim, pode-se dizer que foi um começo bom para o Gavião Arqueiro, mas que pode se tornar muito melhor ao longo das outras edições, se Hickman tocar em assuntos passados e explorar temas que nenhum outro escritor ousou, apresentando o personagem de forma mais aprofundada a um público novo.

*Lucas Almeida é graduando em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos.

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