Piratas do Caribe 4: Navegando em Águas Misteriosas (Rob Marshall, 2011)

Kalahan Barbosa de Morais*

Cartaz americano de novo filme da série de Jack Sparrow

O filme Piratas do Caribe 4: Navegando em Águas Misteriosas, seguindo o gênero de aventura habitual da série, tem como diretor o saudoso Rob Marshall, conhecido pelo seu trabalho em Chicago (2002) e Memórias de uma Gueixa (2005), sendo este um reforço bem-vindo, que ajuda a respirar vida nova às aventuras do sempre engraçado e confiante Jack Sparrow. No elenco, que muda também de cara, adquirindo novos astros, embora mantendo os ícones característicos do imaginário pirata em seus personagens, temos Penélope Cruz, Geoffrey Rush, Ian McShane, entre outros.

Somos bombardeados todos os anos com sequências e mais sequências, que ajudam a completar sagas cinematográficas, geralmente em trilogia. Percebendo isso, mas sem querer perder a galinha dos ovos de ouro, a Disney decidiu fechar de vez o arco de Elisabeth e Will Turner, abrindo espaço para aventuras novas, com elenco novo. O quarto filme da franquia mudou o foco do que pareceu ser o dos últimos filmes: enredos complexos, com correria, cenas de ação e redes de interesse que se conflituam, para um mixto mais light entre comédia e aventura, característico do primeiro filme, o que trás à tona várias situações surpreendentes que apenas enriquecem o enredo sendo uma das melhores, talvez, seja a da nobre, interpretada por Judi Dench, e Jack Sparrow na carruagem.

Capitão Barbosa (esquerda), Sparrow, Angelica (cruz) e Barba Negra (direita) são os novos protagonistas do novo arco de história da Série da Disney

Enquanto “No Fim do Mundo” ( Pirates of the Carabbean: At World’s End, 2007)  a história era uma alegoria elaborada sobre o fim de uma Era, e a tentativa das pessoas de acharem um lugar e um propósito nesse novo mundo, aqui a alegoria é mais intimista, explorando em demasia temas já comentados antes na série, porém pouco aprofundados. Os personagens roubam os holofotes neste recomeço como é mostrada na cena inicial, pela atitude quasi-nobre do capitão Sparrow em tentar salvar Gibbs. Isso torna o filme muito pessoal, com metáforas sobre verdade, traição e legado, tomando como ponto de partida a recusa de Jack Sparrow de se modificar (como um menino que não quer crescer), enquanto procura por um meio de ser eterno. Johnny Depp ainda é o astro do filme, conseguindo, com jeito engraçado e despretensioso, dar a dimensão necessária ao personagem, sem torná-lo piegas. Nesse filme, porém, ele encontrou uma parceira à altura, pois Penélope Cruz encarna sua personagem de uma forma interessante, mantendo o nível com os outros atores.

Na nova saga Sparow segue sozinho em busca da fonte da juventude

Os efeitos especiais são, como sempre, maravilhosos (com destaque para a cena espetacular do ataque das sereias ao navio de Barba Negra). A equipe técnica consegue, sem dúvida, manter o nível das obras anteriores, apresentando planos que mais parecem pinturas. A trilha sonora condiz muito bem com o que o filme representa. Cada momento, tanto de ação como de romance, possuem um efeito todo especial graças à música que o completa. O filme foi gravado em 2D e 3D, porém para quem o assistiu em 3D provavelmente saiu um pouco decepcionado do cinema, já não houve nenuma adição substancial à experiência do espectador.

Kalahan Barbosa de Morais * é estudante de Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso

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