A nostalgia, segundo o dicionário de Oxford, é um sentimento de saudade de um estado, lugar ou forma de existência, um desejo de voltar ao passado. No audiovisual, muitas produções buscam realizar esse desejo para o espectador ou então provocá-lo. Isso porque a nostalgia pode beneficiar os realizadores, na medida em que garante uma maior comoção do público e, portanto, maior procura pelo conteúdo.
Nesse sentido, o mercado atual se utiliza cada vez mais dessa estratégia como forma de dar mais segurança para o investimento nas obras audiovisuais. A nostalgia pode estar expressa no conteúdo de uma produção, como lição de moral já conhecida, referências a outras obras, narrativas semelhantes etc. Como também pode se manifestar na forma, seja na re-incorporação de elementos estéticos de uma época vivida pelo público-alvo ou na aplicação de uma decupagem já conhecida que provoque identificação, entre outras possibilidades.
Um bom exemplo desse fenômeno é a série Stranger Things (2016 – ), da Netflix, que se se utiliza fortemente dos anos 80 para construir sua narrativa, com músicas de sucesso da época, figurinos característicos e até mesmo referências diretas a filmes marcantes da década, como De Volta Para o Futuro (1985) e Os Caça-Fantasmas (1984). Portanto, não há espanto ao perceber que a produção foi uma das mais bem sucedidas do streaming e conquistou uma legião de fãs.
A nostalgia também aparece no audiovisual atual quando se fala do resgate de franquias de sucesso conhecidas, seja como um recomeço ou uma continuação. Nos anos recentes vimos isso acontecer com Star Wars, que retomou às telonas em 2015 e Jurassic Park, que ressurgiu no mesmo ano, ambas construindo continuações dos filmes anteriores, e estes não foram os únicos. Já do lado dos recomeços, tivemos filmes como Mad Max: Estrada da Fúria, também de 2015 e Caça-Fantasmas, do ano seguinte.
Independente do modo, todas essas produções aproveitam-se da nostalgia para conquistar o espectador, e essa estratégia tem dado certo, trazendo sucesso tanto de bilheteria como de crítica. A título de exemplo, Star Wars: O Despertar da Força (2015) angariou mais de 1 bilhão de dólares em bilheteria ao redor do mundo e Mad Max: Estrada da Fúria (2015) conquistou 6 Oscars.
Dessa forma, a fim de compreender cada vez mais o frenesi nostálgico que tomou conta do audiovisual contemporâneo, destinamos esse espaço para ouvir e divulgar os diversos textos a respeito desse tema.
Sendo assim, estaremos recebendo textos a partir do dia 01/10/2024 até o dia 27/10/2024 (a equipe da RUA reserva-se o direito de estender esse prazo se assim julgar necessário). Estes, devem ter entre 8 e 15 páginas e enquadrar-se no tema proposto para esta edição do Dossiê (“Ressignificando o Passado: a Nostalgia no Audiovisual Atual”), além disso, devem seguir todas as outras normas necessárias para publicação de textos em nossa plataforma, que podem ser encontradas na aba “Escreva para a RUA” do nosso site. O envio dos textos deve ser feito por email, para rua-ccis@ufscar.br e o arquivo deve adequar-se ao modelo disponível no site. Vale lembrar que, no email, deve estar especificado o nome do autor, seu vínculo com alguma universidade e o título do texto, bem como incluir uma foto do autor para fins de divulgação. Ressalta-se ainda que cada pessoa pode enviar quantos textos desejar, porém não serão publicados dois ou mais textos de mesma autoria.
Após a confirmação do recebimento dos textos por nossa equipe, cada texto recebido entrará em processo de análise e, ao fim desta etapa, será dado uma resposta ao remetente indicando se seu texto será ou não publicado e evidenciando possíveis alterações que sejam necessárias.
A equipe da RUA agradece a compreensão e está ansiosa para receber seus textos!