Melhor Idade é o Caralho é um documentário curta-metragem sobre Dona Ângela que aborda o uso do termo Melhor Idade para descrever a vida daqueles que estão na terceira idade.
*Por Nayton Barbosa
RUA: Como ocorreu a ideia para a realização desse documentário?
Rawi: Uma vez eu li um texto da minha vó ( Ângela Divina) e achei interessante como a expressão “Melhor Idade” desencadeou toda uma reflexão interior nela. Daí eu mostrei para um pessoal e tivemos a idéia de fazer um documentário que misturasse uma conversa informal avó/neto com a leitura do texto.
RUA: Ouve algum tipo de direcionamento ou orientação para Dona Angela?
Karen: Bom, primeiramente o nosso foco era filmar Dona ngela lendo o texto de sua autoria e suas divagações acerca dessa temática envolvida. Mas, como qualquer avó, várias vezes ela divagava pra longe e contava causos, falava sobre religião e até sobre a própria morte. Assim, tentávamos sempre guiá-la através de perguntas tentando direcioná-la um pouco para a linha que queríamos seguir. Rawi: Sem pressioná-la e tentando deixar o papo fluir para tirar o máximo daquela experiência.
RUA: Houve algum tipo de cautela ou cuidado para a abordagem do tema? Como ocorreu a construção do texto abordado no documentário?
Rawi: O texto já havia sido escrito pela minha vó e, durante a conversa, buscamos discutir com ela alguns assuntos abordados no texto, sempre tentando deixar a conversa fluir para que o documentário não ficasse muito engessado, com escolhas pré-determinadas do que deveria ser dito ou não. Mas como toda montagem tivemos que fazer várias escolhas para finalmente termos um discurso construído.
Karen: A gente aprendeu que um documentário tem uma vida própria ao se construir, nunca termina como se espera.
RUA: Onde e como aconteceu a escolha da Dona Angela como personagem do documentário?
Karen: Não foi muito uma escolha, nós construímos o documentário a partir da própria Dona ngela e de seus textos. Ela é uma senhora muito peculiar.
Rawi: O texto da minha vó estava muito bem estruturado, você inicialmente achava a revolta peculiar, depois se encantava com a personagem para no final se surpreender com a conclusão. Era um personagem pronto que ela mesma criou que ganhou ainda mais riqueza quando passou a conversar com a gente.
FICHA TÉCNICA:
Direção:
Rawi Santos e Karen Pompeo
Produção:
Lilia Ungarelli e Hipo Produções
Direção de Fotografia:
Sofia Mussolin
Direção/Edição de Som:
Henrique Gentil
Montagem:
Karen Pompeo e Rawi Santos
*Nayton Barbosa é graduando de Imagem e Som pela Universidade de São Carlos e Editor Geral da RUA – Revista Universitária do Audiovisual.