5 TRILHAS SONORAS PARA CONHECER ENNIO MORRICONE

Por: Francisco Fernandes

Professor no Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB)

Ennio Morricone foi um compositor e maestro italiano, falecido em 2020, aos 91 anos. Compôs mais de 400 trilhas sonoras para o cinema e a televisão, sendo várias delas imortalizadas e, muitas vezes, mais lembradas que os próprios filmes. Certamente, é praticamente impossível escolher suas melhores trilhas de Ennio Morricone, e cada amante do cinema terá suas preferidas. Assim, compartilho um “top five”, uma pequena amostra da sua grandiosa (um “menu degustação”), como um convite para os amantes da sétima arte revisitarem o legado de Ennio Morricone e suas trilhas sonoras inesquecíveis.

O Bom, o Mau e o Feio (1966), de Sergio Leone

Ennio Morricone compôs trilhas sonoras de muitos “westerns” (filmes de faroeste). Mas, talvez a trilha sonora de O bom, o mau e o feio seja a mais icônica do compositor, pois não há quem não reconheça a música permeada com os inconfundíveis assovios e sons de trompetes, guitarra e coral, durante os créditos de abertura do filme de Sergio Leone, o último capítulo da “Trilogia do dólar”. Morricone compôs a trilha sonora de todos os filmes do diretor.

A missão (1986), de Roland Joffé

Mais uma trilha sonora marcante, que permeia as belas imagens da natureza, muitas vezes hostil, no filme de Roland Joffé, sobre missionários jesuítas na América do Sul do século XVIII. A trilha, que mescla cantos litúrgicos e hispânicos, e instrumentos de sopro e cordas, em uma fusão da melodia singela e ao mesmo tempo vibrante com a dramaticidade das imagens, cria uma verdadeira sinfonia de som e imagem.

Os intocáveis (1987), de Brian di Palma

Para o filme sobre gângsters e policiais, Morricone compôs uma trilha sonora que reforça a atmosfera de crimes e do submundo, na Chicago da década de 1930, com muita ação e violência. A trilha com músicas de cadências bem marcadas e vibrantes cria um sentimento crescente de expectativa e suspense, tão característico do universo do diretor.

Cinema Paradiso (1988), Guiseppe Tornatore

A trilha sonora inconfundível dessa singela homenagem ao próprio cinema, se funde perfeitamente à atmosfera de nostalgia que marca o filme de Giuseppe Tornatore. A música é repleta de delicadeza, de emoção e, sua melodia cíclica, reiterada, repetitiva, mas que se intensifica a cada rearranjo, conduz o espectador a uma experiência inesquecível. Lágrimas e sorrisos involuntários são embalados por uma das trilhas sonoras mais belas já compostas para o cinema.

Os oito odiados (2015), de Quentin Taratino

Depois de cerca de 35 anos, Morricone retorna ao gênero faroeste, a convite de Quentin Tarantino, para criar uma composição repleta de acordes sombrios, lúgubres e angustiantes, que potencializam a atmosfera claustrofóbica e de intimidação criada pelo diretor. A trilha ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original.

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