Cobertura SeIS.14 – 3º DIA: Oficina Fotografia do Corpo, com Nubia Abe e Mateus Lima

Por Isabella Herling

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O terceiro dia da SeIS 14 começou com uma oficina de fotografia do corpo ministrada por Núbia Abe e Mateus Lima, do Coletivo Além, que une política e poesia e que faz uma arte que questiona os padrões estéticos e comportamentais, que rompe com as esteriotipagens de gênero e relações afetivas. Eles fazem tudo isso tendo o corpo nu como foco, com a ideia de retratá-lo verdadeiramente, longe da hipersexualização e do ideal de beleza inatingível que a sociedade impõe a todos nós diariamente.

A oficina começou com uma roda de conversa, no qual o assunto do corpo é introduzido da seguinte forma: “O que nos vêm a mente quando pensamos em corpo?”. Foi unânime a ideia de que ao pensar em corpo, pensamos no conceito de beleza, naquilo que a sociedade definiu como bonito, e tentamos moldar todos os corpos nesse padrão que é inatingível, que exclui a maioria das pessoas.

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Isso gera um outro questionamento: por que existe um padrão se praticamente todas as pessoas estão fora dele? Torna-se evidente a necessidade de romper com o padrão, de extinguí-lo. E essa é a ideia do coletivo, a ideia que Núbia e Mateus passam para o público: mostra-se a realidade, o corpo com pelos, com manchas, com dobras. Uma vez que você se depara com isso, não há mais como fugir dos fatos: todos os corpos são diferentes e imperfeitos em relação ao padrão de beleza. Isso faz com que enxerguemos beleza não naquilo que é inatingível, mas naquilo que é comum, que é natural. A roda de conversa continua falando sobre a relação que as pessoas tem com seus próprios corpos. Sobre como há pudores não só em relação a nudez do outro, mas em relação a nossa própria nudez.

Após o bate-papo inicial, inicia-se a preparação para a vivência: um ensaio de nudez coletiva. A ideia da vivência tem relação direta com a ideia da coletividade, onde um grupo de pessoas que se reúne com o intuito de questionar padrões, consegue desmitificá-los e quebrá-los. Com intuito de deixar os participantes confortáveis, a vivência ficou livre de cobertura de foto e vídeo da SeIS. Depois de assinarem um termo de autorização (pois serão fotografados por Mateus e Núbia), o grupo vai até uma floresta, para um ensaio que envolve a nudez em contato com a natureza.

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A nudez coletiva em conjunto com a interação com a natureza, faz com que o constrangimento inicial seja mínimo. A ideia da obrigatoriedade de usar roupas é rapidamente substituída por uma sensação de conforto. Nesse momento fica claro que não foram só as roupas que foram tiradas: toda uma pressão social foi deixada para trás. Nota-se a liberdade em estar nu, e enquanto a sessão vai ocorrendo, muito se conversa sobre os bloqueios que as pessoas tem com seus próprios corpos, e como essa nudez coletiva consegue quebrar esses bloqueios. Após o termino da sessão, depoimentos são recolhidos por Mateus. A sensação geral dos participantes é a de empoderamento, consequente de uma apropriação e aceitação da própria nudez, permitindo uma visão mais positiva sobre seus corpos.

Confira a programação:  SeIS.14: O Corpo no Audiovisual

Resumo do Dia:

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*Isabella Herling é graduanda do curso de Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos e editora na Seções Cobertura e Entrevistas

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