Cobertura SeIS.14: 2º DIA: Palestra: Do Vídeo Popular à Um Salve Doutor, com Rodrigo Sousa & Sousa

*Por Murillo Guedes Manalischi

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Hoje (08/04) a noite na SEIS.14 foi do Educador, realizador e poeta Rodrigo Sousa que trouxe consigo a palestra : Do Video Popular á Um Salve Doutor. O editor e também diretor, compareceu para dialogar e mostrar um pouco sobre as produções de guerrilha colaborativas que acontecem por intermédio de inúmeros coletivos nas Periferias de São Paulo.

No mercado de trabalho Rodrigo Souza passou por diversas produtoras na área de pos-produção realizando comerciais, videos intitucionas e até mesmo na programação abordo de aviões. Tecnólogo em produção audiovisual e pós graduando em cinema documentário, Rodrigo trabalha na realização de curtas metragens e em 2014 pretende lançar seu primeiro longa “Um Salve Doutor”. Seus caminhos pela educação tiveram início no ano de 2003 com o projeto Click na lata,  que foi ,e ainda é, uma oficina de Fotografia Pinhole para Crianças e Jovens das periferias paulistanas.

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Organizado, Rodrigo dividiu a palestra em dois momentos, para que os diálogos fossem mais fáceis. Primeiramente abordou o coletivo Video Poupular, e posteriomente se dedicou a falar sobre o longa metragem “Um Salve Doutor”.

A ideia do coletivo Video Popular, explica Rodrigo, surgiu juntamente com outros integrantes que tinham a mesma ideia: produzir , formar e exibir o que a favela podia criar  audiovisualmente. Algumas instituições eram precurssoras de oficinas com o cunho da inclusão social no audiovisual, por exemplo: o Kinoforum; Tela Brasil; Ong. Cidadela, entre outros. Nessas oficinas, saiam videos geniais e espetaculares, que ganhavam uma visibilidade muito grande, sendo assim, pelo conteúdo e clareza dos trabalhos realizados, foram sendo constituidos vários coletivos, como: Filmagens periféricas; Arroz Feijão Cinema e Video; e o coletivo de Video Popular.

Seguindo os rumos da explicação , o palestrante cometou um pouco sobre a trajetoria do coletivo. O coletivo começou com o Circuito Autônomo, que foi idealizado e realizado sem grana e apoios. Já nos anos de 2009 e de 2010 o coletivo foi contemplado pelo programa VAI de incentivo a cultura, e assim com o apoio, criaram um Circuito fomentado pelo programa, aonde puderam, com verba, criar, fomentar e distribuir os produtos audiovisuais realizados nas oficinas que o proprio coletivo ministrava. Em seguida criaram o Circuito exibidor , a semana  e a revista do Video popular – quase todas as edições da revista encontram-se em http://videopopular.wordpress.com/ .

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Tendo aumentado e se tornados mais visiveis, o coletivo sentiu a necessidade de criar meios de discutir,de criar e de solucionar os problemas que estavam em voga, criaram então um grupo de discussões e um cronograma para reuniões presenciais. Assim, mais articulados e engajados, conseguiram representatividade no Conselho consultivo da SAV( Secretaria do Audiovisual) em experiências populares com audiovisual.

Resumindo, o Coletivo de Vídeo Popular é uma ação/projeto que atua nas áreas de produção, formação, exibição e distribuição de vídeo popular em busca de fortalecer os trabalhos de criações conjuntas, trocar experiências e soluções, e o pensar políticas públicas.

Na segunda parte da palestra sobre o longa “Um Salve Doutor”, Rodrigo expõem as dificuldades e as possibilidades de se realizar um longa metragem de forma colaborativa.

O longa metragem, explana, irá tratar da experiência de um personagem que ao sair da fundação C.A.S.A se depara com uma realidade totalemente adversa a de quando entrou. Metade das pessoas que o personagem conhece estão envolvidas com o crime, e a outra metade estão envolvidas com projetos culturais. O personagem então começa a trabalhar em uma pizzaria, nisso ele conhece uma loira na qual se envolve e, assim, incitam um romance. Um certo dia ao visita-la em sua casa ele encontra a foto de uma pessoa que lhe e bem conhecia, inconformado ele pega a fotografia e a leva consigo. Quando chega em casa e olha dentro de sua carteira, percebe que se trata da mesma pessoa, seu pai. A partir desse desfeixo ele decide sequestrar o próprio pai.

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Mostrando alguns teasers da obra, Rodrigo compartilha um pouco da experiência que viveu e ainda vive, ele diz que o mais dificil em uma realização colaborativa deste porte e formato, não está na ausência de equipamentos e dos materias, e sim nas relações humanas, no comprometimento e possibilidade das pessoas começarem e trilharem junto até o termino do longa. Menciona também que a melhor parte do filme está no processo de realização, onde todos tem total liberdade de conversar, palpitar e criticar as demandas da obra. “ Não se trata de uma produção cristalizada, onde todos seguem suas funções, a gente está ali para somar, acrescentar, misturar e criar juntos”.

Curiosamente o titulo original do longa era “Doutor você vai morrer”, que passou a ser “Um Salve Doutor” após um insight de um dos personagens. O diretor comenta que “Doutor você vai morrer” tem uma conotação muito forte e pesada, e , já “Um Salve Doutor” possui um sentido mais dúbio, se tratando de uma leve saudação ou de um aviso sério e preocupante.  O novo nome deixa o longa com uma cara mais leve e simples, o que é muito importante, comenta Rodrigo.

Em perguntas, o diretor foi questionado sobre algum dos problemas, e, como solucionaram, de se trabalhar com atores e não-atores.

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Explica Rodrigo que a maior dificuldade de se trabalhar com não-atores é o fato de estes não decorarem as falas, eles iam muito mais por intuição e improviso dependendo do contexto, do ambiente, então, se uma cena desce errada no inicio e tivessem ficado boa no final, não daria para utilizar isso na edição, pois cada take destoava um do outro. A solução foi gravar com todas as cameras  posicionadas, desta forma ficou mais fácil solucionar a continuidade.

Terminando a palestra Rodrigo agradece a presença de todos e a Seis.14 pelo convite que foi feito.

Confira a programação:  SeIS.14: O Corpo no Audiovisual

Resumo do Dia:

Mais Fotos – Marlonn Albuquerque e Vinicius Gonçalves

*Murillo Guedes Manalischi é graduando do curso de Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos

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