Comentário | Vermelho, Branco e Sangue Azul

Imagem de divulgação de Branco, Vermelho e Sangue Azul.

Por: Audrey Geromel

O novo queridinho da Prime Video é uma comédia romântica que funciona e não exagera. Poucas comédias românticas trazem personagens lgbtqiapn+ como foco e principalmente sem dramatizar, ridicularizar e exagerar as relações dos personagens. Recentemente notamos uma nova onda de interpretações como Young Royals (2021), e Heartstopper (2022).

Vermelho, Branco e Sangue Azul (2023), dirigido por Matthew Lopez, traz um elenco charmoso que possui harmonia e química em cena, deixando nossos corações quentinhos ao assistir. Matthew López é dramaturgo, Vermelho, Branco e Sangue Azul foi seu primeiro trabalho como diretor cinematográfico, trabalhou também como roteirista do filme junto de Casey McQuiston (autora do livro), conseguindo realizar um trabalho esplêndido, modificando alguns detalhes que foram trazidos no livro mas mantendo sua essência. Com o equilíbrio entre cenas dramáticas, cômicas e românticas conseguimos chorar, rir e nos emocionar em diversos momentos. 

Na festa de ano novo a qual Alex (Taylor Perez) convida o príncipe Henry (Nicholas Galitzine), os dois se olham sem ninguém em volta perceber: notamos as emoções nos olhares, podemos visualizar o que Henry e Alex estão sentindo naquele momento, transmitido apenas por um olhar, sendo uma cena que arrepia devido ao belo trabalho de iluminação, além de uma boa produção e direção. Nesta mesma festa após notar que Henry havia saído, Alex o encontra do lado de fora do salão, onde está nevando. Aqui temos um diálogo sensível e emocionante, Henry conta para Alex o que sente e compartilha suas aflições. Esse momento impressiona pela forte carga emocional, deixando o espectador emocionado, encantado, gerando vínculo com o personagem. Os olhares definitivamente moldam as emoções que sentimos durante todo o filme, não havendo necessidade de detalhar as cenas de sexo, pois mais uma vez os olhares são mais importantes e transmitem para o espectadaor a sensibilidade dos personagens, apesar de termos boas cenas íntimas presentes no filme. 

A escolha de Nicholas e Taylor como personagens principais e todos os outros personagens que nos são apresentados não poderia ter sido melhor, o ótimo trabalho com a química entre o elenco gerou como resultado essa adaptação fiel e tão maravilhosa do livro de Casey que até pode repetir a fórmula da comédia romântica que tanto conhecemos, mas de forma não enjoativa e emocionante que com certeza vale a pena assistir.

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