CRÍTI/CA | Beetlejuice Beetlejuice (2024), Tim Burton

Por Miguel Carreto Bica

Redação RUA

Com a estreia do musical em 2019, a história do titular Beetlejuice parecia não ter envelhecido de forma tão ruim, ou pelo menos se revitalizado na mente do público, ficando na Broadway até a pandemia forçar seu encerramento antecipado. Entre o sucesso de público e crítica do musical, e o estouro que foi a última colaboração entre Tim Burton e Jenna Ortega em Wandinha (2022), a sequência do filme de quase 40 anos certamente estava bem encaminhada.

 O lado bom é que de fato foi possível recapturar muito da magia e toque cômico do primeiro filme. O longa de 2024 consegue ir ainda mais além no exagerado e ridículo, sendo extremamente divertido e bobo quando quer, mas em nenhum momento deixando de ser bem feito em todos os aspectos.

 O design de produção, os cenários, os props, fica evidente o trabalho que foi colocado em cada uma desses fatores, que conseguem passar o quão alienígena e sobrenatural de fato é o mundo dos mortos e, por extensão, o estilo de vida dos Deetz. Mesmo com a possibilidade de encher o filme com efeitos de computação gráfica, a escolha do Stop-Motion e efeitos práticos para as partes em que são usados são tanto uma homenagem ao original quanto uma escolha de muito bom tom que contribui imensamente para a apresentação visual da obra.

 Os novos personagens que são introduzidos na trama são adições que, ironicamente quando se trata desse filme, trazem mais vida para o enredo e o agitam. Isso é reforçado pelas ótimas escolhas de atores em geral, com um destaque para Monica Bellucci e Willem Dafoe.

 Pelo outro lado, a ideia de ter Burton e Ortega no mesmo set parece evocar demais a ideia de que era necessário trazer alguma semelhança com a série Wandinha, visto que as cenas de Astrid (Personagem de Jenna Ortega) na escola e tendo um interesse romântico em um garoto que não é quem parece ser acrescentam pouco, soando mais como um “shout-out” à série.

 Apesar de às vezes parecerem ocupar um tempo que seria melhor aproveitado se fosse usado pelos outros antagonistas, são poucas e não são o suficiente para enfraquecer com a experiência final. 

 No mais, o filme faz seu papel como sequência e expande o universo do primeiro, retomando pontos que ficaram inacabados e colocando ainda mais coisas no prato para se lidar. Mesmo que Beetlejuice Beetlejuice (2024) não se apresente como um capítulo intermediário, esperamos que não demorem outros 36 anos para outro filme dessa franquia, já que agora não dá pra parar até que o “Beetlejuice” tenha seu nome chamado 3 vezes.

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