EDITORIAL JUNHO 2014

“Os historiadores já recolocaram em seu legítimo lugar as fontes de origem popular, primeiro as escritas, depois as não escritas: o folclore, as artes e as tradições populares. Resta agora estudar o filme, associá-lo com o mundo que o produz. Qual é a hipótese? Que o filme, imagem ou não da realidade, documento ou ficção, intriga autêntica ou pura invenção, é História. E qual o postulado? Que aquilo que não aconteceu (e por que não aquilo que aconteceu?), as crenças, as intenções, o imaginário do homem, são tão História quanto a História.”

As palavras do historiador francês Marc Ferro, pioneiro nos estudos que relacionam Cinema e Historiografia, sintetizam o potencial que o cinema tem enquanto documento histórico. No entanto, apesar desse vínculo existir desde os tempos dos irmãos Lumiere, foi apenas a partir da década de 1970 que passou a se estudar e defender o valor do cinema para a História. Em termos grosseiros, toda obra cinematográfica pode ser encarada enquanto documento histórico, já que a mesma é produto de determinada cultura  em determinada época. Não obstante, é inegável que em algumas dessas obras a relação estabelecida entre História e Cinema é mais explícita e direta. E é sobre esse grupo que os artigos da edição #73 da RUA se debruçam.

São análises de trabalhos de realizadores que, em algum nível, refletem através da própria criação sobre esse papel historiográfico do Audiovisual, seja ele a representação de um período histórico ou o registro do pensamento de uma época.

Boa leitura.

Henrique Rodrigues Marques

Editor Geral

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