*Por Nayton Barbosa
O cinema, em sua concepção,
Surge da fotografia animada
Aliada a idéia da experimentação
Arte mais ciência, um ramo da antropologia cultural
Viajando sobre a óptica de brinquedos mágicos
O cinema transborda, vai para além do visual
É a sétima arte usufruindo das suas companheiras
Tentativa de exprimir o real pela imagem
Representação de si próprio através da arte
Houve a criação de uma linguagem
Na cave do Grande Café em Paris
Os Irmãos Lumierè e o seu experimento
A exibição da saída de operários
E a chegada do trem à Estação Ciotat
Aqui acontece o grande surgimento
O que era só cientifico, ganhou ares mágicos
O uso do ilusionismo por Miliès, efeitos fotográficos
Le voyage dans la lune
E a criação do fantástico
Truques sedutores e narrativas aliciantes
Arte e entretenimento
O encantamento que criou amantes
No suporte em película, a projeção de imagens
O cinema, o desenvolvimento e a consolidação,
Griffith, um pioneiro da linguagem
Vertov e Eisenstein, e o uso de uma ideologia,
Mostrar seu sentimento, tirar do comodismo, causar agonia
Mas ainda há Orson e sua inovação
Hollywood o segue a risca em sua acepção
Cidadão Kane, hoje um manual do cinema
Ele é quase como a construção da fala
É o ABC, é um fonema.
Surge uma indústria, cria-se um segmento
Star system, dinheiro e fama
A arte do entretenimento.
Mas a graça da arte por vezes, é se opor ao movimento
Ousar, criar, ditar, experimentar
Quebras as regras, criar outros gêneros
Godard, Sgarzela e muitos outros
Alteraram da arte, o seu código genético
Tornaram ausente o que era presente
Abstraíram o que era diegético
O que fica no ar é a pergunta:
“Quais das várias formas devem seguir?”
Por ser arte, por ser cinema, por ser sentimento
Com certeza será aquela que sua alma admitir
*Nayton Barbosa é graduando no curso de Imagem e Som na Universidade Federal de São Carlos e Editor Geral da RUA.