Editorial

Na edição inaugural de 2014,  o tema escolhido por nosso grupo de editores fora Cinema Experimental. A temática proposta casa com a temporada de premiações mundo à fora e tem a intenção de questionar a produção audiovisual contemporânea. Mas, afinal, o que é experimental? Ainda há espaço para experimentação um século após a invenção da sétima arte?

O verbo experimentar está incutido na arte cinematográfica desde antes desta configuar-se enquanto linguagem. Foram os brinquedos ópticos que mesclavam imagens com aparatos capazes de lhes atribuir movimentos, que deram início ao desenvolvimento tecnológico inicial que, após anos de evolução, culminou no que hoje conhecemos como cinema.

Enquanto meio capaz de dispersar acepções acerca da realidade circundante, o cinema se desenvolvera embasado por uma linguagem elitista. A necessidade de ruptura era eminente, primeiro vieram os russos e a montagem, que buscava chocar o espectador, tirá-lo da posição cômoda a qual fora inserido. Anos mais tarde, na década de 1960, um grupo de jovens franceses, provenientes da notória revista Cahiers du Cinéma, buscaram romper estética e narrativamente com tudo que fora feito e recriar a linguagem, dotando-a da liberdade necessária para que, cada qual a sua maneira, pudesse conferir-lhe forma.

Hoje, aquém e inserida na indústria cinematográfica, a linguagem vem sendo moldada, apesar de muitos a terem enquanto instância inerte. O experimentalismo é a força motriz da evolução de qualquer que seja a arte. Para tanto, nessa edição, visamos a crítica de filmes, curtas, entrevistas e artigos daqueles que fazem do experimentalismo o impulso necessário para se fazer cinema.

 

Lidiane Volpi

Editora Geral

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