O primeiro filme a ser exibido foi o documentário Temporão, que apesar de não ser um projeto de TCC aprovado pelo curso foi realizada pela equipe proponente e exibido com os demais curtas da turma, trata-se de um filme que discursa sobre o déjà vu, à partir de uma narrativa que conta a história de cegos conhecendo um elefante. A beleza e poesia das imagens é algo que impressiona e que casa com a narração, que teoriza sobre o tema principal. É interessante notar a sensação que o filme passa de já termos visto aquilo em algum lugar, o próprio déjà vú.
Em seguida, foi apresentado o curta-metragem Do Outro Lado do Espelho, onde o maior destaque deve ser dado ao trabalho de pós-produção, o qual conseguiu com os elementos de 3D, acrescentar elementos ao universo criado pela narrativa e contribuir para a beleza da história. Não Necessariamente Nessa Ordem é o nome do terceiro filme da noite, cuja intenção era falar sobre coisas da vida de uma maneira divertida e leve e que consegue passar uma mensagem positiva sobre as coisas que realmente importam.
O trabalho de arte é algo que deve ser destacado no curta-metragem Sebo, que parte de um roteiro conciso e direto para contar a história de um funcionário de um sebo, que de alguma maneira está insatisfeito com seu trabalho. A narrativa é rápida e direta e não deixa elementos soltos, tudo se amarra e se justifica ao final do filme. O curta-metragem Pitangueira se destaca pela delicadeza no trabalho com os atores, principalmente os que interpretam os pacientes da clínica psiquiátrica. O filme deixa no ar muitas subtramas que instigam a interpretação do espectador e resolve o conflito principal de uma maneira bonita e sutil.
O último filme da noite foi o curta O Diabo por Dentro, que dialoga com os gêneros de suspense e terror. Os vários ambientes (casa, porão, rua e apartamento) dialogam e se complementam para revelar o verdadeiro lado dos personagens, causando certo desconforto que culmina na ação final do protagonista.
Vale ressaltar a qualidade técnica de todas as realizações, assim como a coerência interna com as propostas iniciais, o que é algo bastante positivo para curtas universitários, que sempre enfrentam diversas dificuldades durante o processo de produção. Os filmes também mostraram uma nítida evolução no desempenho dos alunos e faz com que a preocupação para os anos seguintes seja cada vez maior, já que o padrão de qualidade torna-se cada vez mais alto e exigente.
Vitor Vilaverde é graduando em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
