11ª Semana da Imagem e Som (SeIS.11) – Oficinas

Por Amanda Castro, Diego Paulino, Gabriel Ribeiro, Mário Gonçalves Neto, Rafael Simões

Oficina de Iluminação

Cobertura das Oficinas. Maiores informações sobre a semana podem ser encontradas no site http://seis2011.wordpress.com/. E não deixe de acessar o flickr da SeIS.11 para uma galeria completa de fotos das oficinas e das outras atividades: http://www.flickr.com/photos/63251851@N07/.

Roteiro – Fábio Carmaneiro

Ministrada pelo roteirista freelancer Fábio Camarneiro, Jornalista graduado pela Cásper Líbero, com mestrado pela ECA, da USP, o oficineiro tem em seu currículo o roteiro do curta-metragem “Curupira”, destacando-se os prêmios de Melhor Curta – Júri Oficial no Festival do Rio 2005, Melhor Curta Infantil no Vitória Cine Vídeo 2005, entre outros. Além disso, Fábio Carmarneiro também assina um roteiro do programa semanal da Tv Bandeirantes, o CQC, sem contar inúmeros vídeos educativos para o ministério da educação.

Diferente de oficinas comuns, Fábio inovou, abrindo um leque de perguntas aos inscritos, os incentivando a pensar não somente em como fazer um bom roteiro, mas sim em todo o processo, toda a gama de possibilidades que envolve o processo de uma simples ideia pode tornar-se uma obra audiovisual

Passando pela própria história do cinema, alfinetando certos conceitos e dando novos sentidos à outros, Carmaneiro transformava mais a Oficina numa roda de discussão sobre como e porquê fazer cinema.

É claro, também foi dito sobre conceitos básicos de uma estrutura de roteiro, como o Paradigma de Syd Field, que apresenta-nos um roteiro dividido em três partes (atos) tal como uma peça teatral, assim como as diferenças entre os roteiros ditos ” De Ferro”, e os “Flexíveis”, os últimos tendo, obviamente, uma maior margem de mudanças na obra final – contando até mesmo com opinião dos atores envolvidos, em alguns casos -, tendo o primeiro, o “de ferro”, mais rigidez no que se refere à mudança do que está programado: roteiros de ferro são utilizados em obras audiovisuais grandes, que demandam muito dinheiro; há uma questão econômica em jogo muito forte para que se arrisque alguma inovação de última hora.

Também fora exibido o curta “3 Minutos”, com roteiro assinado por Jorge Furtado. O Interessante a se ressaltar sobre a exibição da obra é a ordem como isso ocorrera: Carmaneiro primeiro exibiu o roteiro, lendo juntamente dos inscritos, e somente após a leitura, e breve discussão, que exibiu o curta. Isso fez toda a diferença: os participantes da Oficina compararam o roteiro original com o curta-metragem pronto, apontando diferenças sutis entre um outro, indicando prós e contras sobre tais mudanças.

Todavia, o que pode se extrair, na forma de dicas, segundo o próprio Fábio é ler e escrever bastante, sem medo. E sempre ter alguém de confiança para que se discuta o projeto em que se está engajado, não isolar-se numa ilha de criação. Mais do que isso, a Oficina não-convencional de Carmaneiro não teve uma produção material de um dito roteiro: nenhum participante saiu de lá com seu próximo curta já posto no papel; mas as ideias, o processo de como se chega a esse ponto já haviam sido difundidas.

É como dizem: ao invés de dar o peixe, o importante é se ensinar a pescar.

Diego Paulino

Edição (para projeção) – Felipe Peçanha e Rodrigo Rezende

Esta oficina de edição para projeções ao vivo foi muito interessante apesar de alguns pequenos problemas. O programa usado na oficina foi uma versão antiga e não a mais atual do Resolume, mas isso é culpa dos computadores do SIn (Secretaria geral de Informática) que não são muito potentes.

Os oficineiros se mostraram muito engajados nessa aparentemente nova arte. “Aparentemente” porque a oficina começou com uma recapitulação histórica, e foi visto que estas experiencias com projeções, usadas geralmente para acompanhar uma musica, já são bem antigas. Aqui os dois trouxeram uma gama de nomes e projetos muito grande que no mínimo se assemelhavam a este trabalho de projeção. Nomes como Vertov, Kandinsky, Marcel Duchamp, Normam McLaren e Hans Hitcher influenciaram com seus trabalhos, mesmo que indiretamente, todos os vjs que existem hoje.

Oficina de Projeção

As primeiras projeções feitas realmente ao vivo, se deram nos anos 70. Eram usadas tintas e retroprojetores. A tecnologia foi avançando e hoje essa arte evoluiu muito. Existem agora videoinstalações, e projeções em mapping que utilizam a arquitetura dos predios para “iteragir” com as projeções. Algo muito legal de se pesquisar no Youtube para os que se interessarem.

Na segunda parte da Oficina os alunos fizeram seus próprios projetos de projeção, aprenderam a usar o programa Resolume e puderam contemplar muitos trabalhos dos oficineiros que já trabalham com isso a algum tempo.

Para mim foi uma surpresa a quantidade de coisas que se pode produzir usando apenas um projetor e um computador com o software certo. Pesquisar tais trabalhos na internet já me fizeram ficar algumas tardes e noites na frente do computador, mas valeu a pena!

Mário Gonçalves Neto

Iluminação – Lúcio Kodato

Na Quarta-Feira, dia 25/05, ocorreu a oficina de iluminação com o fotógrafo cinematográfico Lúcio Kodato. Ele, que já dirigiu diversos filmes de ficção e documentário, curtas e longas metragem, tentou passar um pouco de seu conhecimento e experiência através de uma apresentação de um pouco de seu trabalho e de exemplos com auxilio dos equipamento de iluminação disponíveis no estúdio do Departamento de Artes e Comunicação da UFSCar.

Na parte da manhã, Lúcio falou um pouco de sua carreira, contando sobre seu início como foto-jornalista, depois dentro da publicidade e por fim acabando no cinema, onde pode desempenhar o papel que mais gostava. Explicou algumas diferenças na atuação destas diversas áreas e suas linguagens visuais próprias. Nesse inicio ele passou vídeos falando sobre cinematografia, dentre eles o documentário Iluminados (Cristina Leal, 2007) onde ele próprio depõem, explicando um pouco sobre seu oficio. Com muita generosidade Lúcio disponibilizou uma copia dos vídeos para os alunos do curso.

Introduzindo a discussão sobre a iluminação propriamente dita, explicou que ao se fotografar algo, seja para fotografia parada ou para Cinema, o principio básico é o planejamento e o estudo do que se quer obter tanto no que diz respeito a luz, como ao aparelho. Mostrou os benefícios dos rebatedores, iluminando uma das alunas com apenas um refletor Fresnel e diversos rebatedores. Também falou sobre a iluminação de acordo com diferentes lentes, a utilização dos difusores, luz dura (com a sombra bem marcada e delineada) e difusa (recorte em degradação de sombra) e o melhor posicionamento de luz para determinados objetivos, como um contra-luz, e luz de preenchimento. Terminou a primeira parte da oficina, falando sobre cores e o procedimento conhecido como “Bater o Branco” (Padronização dos canais de cor em uma câmera de vídeo, usando como ponto de referência uma superfície branca).

No segundo período da palestra ele continuou sua explicação sobre cores, explicando temperatura de cor em diferentes luzes, produzidas por diferentes lâmpadas ou pela utilização de filtros, conhecidos por gelatinas. Também disponibilizou para os alunos uma amostra de diferentes tipos de filtros e um pequeno folheto explicando suas utilizações. Por fim falou sobre a cinematografia em si, sobre os princípios da continuidade cinematográfica e a importância de uma unidade coerente na iluminação de um filme, também falou sobre eixo e os materiais que auxiliam na criação dos movimentos de câmera.

Lúcio Kodato mostrou que possui muita experiência e uma ótima didática ao conversar com os alunos de maneira séria em determinados momentos e descontraída em outros, porém de uma maneria preocupada com a compreensão de todos. Além de nos passar uma extensa bibliografia de pesquisa e material para estudos, nos deu uma grande lição sobre a vida como produtor de imagens, que tem uma base grande na técnica porém que não se restringe a isso.

Gabriel Ribeiro

SeIS.TV – Diego Doimo

Esta foi uma oficina na qual, logo que os participantes chegaram já tiveram um choque. Ao chegarem na sede da TVE São Carlos, Diego Doimo, graduado em Imagem e Som e atual coordenador geral da televisão, disse que eles iriam por um programa ao vivo as 18h do mesmo dia, sendo que já eram mais de 14h quando ele disse isso.

Após uma rápida visita técnica na pequena sede que fica em cima do cine São Carlos começa a divisão de tarefas. Foram escolhidos dois apresentadores que trabalharam no roteiro do programa ao longo da tarde, dois edtores que editaram as reportagens e os outros (por volta de seis alunos) foram os responsáveis pela produção do programa, operadores de câmeras e switcher.

Ao longo da produção tudo correu bem, tudo terminado e finalizado a tempo. Às 17h30 começa o ensaio e ai sim, o nervosismo ataca o pessoal, pricipalmente os apresentadores. Mas se ficou bom ou não é algo que você mesmo pode julgar, o programa está agora na internet e pode ser acessado neste endereço: http://seis2011.wordpress.com/cobertura/ Confira, e deixe seu comentário!

Mário Gonçalves Neto

Direção de atores – Flávio Rocha

A oficina de direção de atores foi ministrada por Flávio Rocha ator, pernanbucano que teve seu trabalho exposto no filme “Besouro” (direção de João Daniel Tikhomiroff) e na minissérie de co-produção da globo “A Pedra do Reino” como Lino Pedra-Verde, e que atualmente é integrante da equipe de preparação de elenco da Fátima Toledo. Tendo dois períodos a oficina foi conduzida de forma que durante a manhã foram expostos conceitos básicos e teóricos sobre a direção de atores, ficando o período da tarde voltado para a prática.

Oficina de Direção de atores

Conduzir um aquecimento eficiente que deixe o ator a vontade, preparar seu emocional, construir o personagem estes conceitos foram trabalhados e apresentados a todos que participaram da oficina de forma dinâmica e interativa. Coube aos participantes, após terem recebido as informações teóricas, se colocarem no lugar dos atores e atuarem. As dinâmicas de improviso propostas por Flávio demonstraram a todos que estavam presentes o quão importante é conduzir seu ator ao personagem. Se há uma palavra que pode descrever esta oficina da SeIS, ela é “Intensidade”.

Amanda de Castro Melo Souza

Assistencia de direção e continuista – Rodrigo Diaz

Na sexta feira ocorreu uma oficina de assistência de direção e continuísta ministrada pelo Rodrigo Diaz Diaz, formado em imagem e som pela UFSCar, diretor do curta Depois do Almoço (que foi premiado no festival de Paulínia) e da série Escola 2.0 da TV Cultura, continuísta em diversas campanhas internacionais de publicidade e em mais de 10 longas-metragens, entre eles O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia e Som e Fúria, de Fernando Meirelles; como assistente de direção trabalhou no longa-metragem “Os Inquilinos”, de Sérgio Biachi.

A primeira parte da oficina consistiu de uma apresentação dos papeis de ambas as funções. Com uma vasta bagagem e experiência própria, Diaz traçou o trajeto de ambos na produção de um projeto, mostrando como funciona o ambiente do set de filmagem e toda a relação humana necessária para se trabalhar em conjunto da melhor maneira possível. Na parte do assistente de direção Diaz frisou a importância da organização para conseguir se fazer um trabalho continuo e sem problemas indesejados causados apenas pela falta de algo no set. Ele mostrou como se cria uma ordem do dia e de todos os ínfimos detalhes necessários para elaborá-la. Ele focou principalmente na assistência mas sempre falando sobre a importância do continuísta para todo o processo. Um papel fundamental do Assistente de direção muito comentado por Diaz foi a comunicação entre o diretor e todos os outros profissionais envolvidos, sendo ele responsável para criar um ambiente de responsabilidade e compreensão para ambas as partes envolvidas, tendo que até falar não para o diretor em certas ocasiões devido a necessidade de outras áreas. A segunda parte da oficina consistiu em um exercício pratico de decupagem de um roteiro, criação de uma lista de itens necessários para a filmagem (usando um programa chamado Moviemagic) com base na decupagem do roteiro e criação de uma planta baixa para auxiliar no planejamento das filmagens. Diaz guiou todos pelo DCE da UFSCar para fazer um exercício como se este fosse o local onde seria filmado o filme. Escolhemos as melhores opções de posição de câmera e fizemos uma estimativa de tudo que seria necessário para fazer a produção do roteiro que havíamos decupado.

A oficina deu assim um olhar amplo sobre a área de assistência de direção e de continuidade, aprofundando alguns aspectos práticos

Oficina de assistente de direção e continuista

graças a vasta experiência de Diaz na área e apresentando, mesmo que teoricamente, para muitos pela primeira vez a ambientação de um set de filmagem. Temos uma entrevista com Rodrigo Diaz Diaz na RUA também no link: http://localhost/rua/?p=5187

Rafael Simões

Outras oficinas que tiveram espaço na semana foram as de Som (por Kira Pereira),  Photoshop  (Fernando Rodrigues),  Cenografia (Antônio Rodrigues) e  Animação 2D (Allan Ferreira).

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