5ª Semana Universitária de Audiovisual – SUA

Entre os dias 3 e 7  de setembro, aproveitando o feriado prolongado da semana da pátria, aconteceu em São Paulo a V Semana Universitária Audiovisual, sediada este ano na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.

Para quem não sabe a SUA, como também é chamada, é um evento desmembrado da Semana da Imagem e Som, que ocorre todo ano na Universidade Federal de São Carlos.  Em sua quarta edição, alunos de audiovisual do resto do estado de São Paulo vieram a cidade de São Carlos para participar do evento que procurou integrar os alunos dos diferentes cursos de audiovisual do estado, com programação de palestras, oficinas, mostras e debates. Destes debates surgiu a idéia de um evento ainda maior que pudesse oferecer a interação e buscasse  o interesse de alunos de audiovisual de todo o Brasil e dai que surgiu a SUA. Em sua quinta edição o evento cresceu, já tendo ocorrido em diversas universidades do interior, e agora veio para a capital paulista, ser sediada pela universidade que possui um dos cursos de maior prestigio na área que é o Audiovisual da ECA-USP. Por isso ficou a expectativa com relação ao conteúdo do evento, e de que novas idéias e relações intercursos surgiriam neste ano. Nesse sentido, apos ocorrido, evento fica a sensação de que teve sua missão cumprida, já que além de oficinas e palestras muito interessantes, mostras livres de produções  universitárias que poderiam ser mandadas de todo Brasil e festas para descontrair e integrar ainda mais os participantes, já que estamos ainda falando de estudantes universitários, promoveu  o  I Minifórum Universitário de Audiovisual que é um marco na tentativa de sanar a carência de um dialogo em âmbito nacional de pessoas que estudam cinema, radio e televisão em nível universitário.

Primeiras impressões

O  evento já começou bem, tendo toda sua publicidade e informações vinculadas a internet, em um site  simples, eficiente e com identidade. Lá as pessoas poderiam conferir as oficinas, as palestras e as festas que iriam rolar no evento. Também poderiam conhecer um pouco de sua história. Além disso oferecia a opção de inscrição on-line em dois tipos de pacotes: Um em que você poderia se hospedar no alojamento esportivo da USP, freqüentar uma oficina e participar das duas festas pagas que iriam rolar na semana (A da Catarina e a Feijucave que ocorreram nos dia 6 e sete respectivamente). O outro pacote só dava direito as festas e  a oficina, sem alojamento. Na inscrição você dizia qual oficina gostaria de participar e a organização lhe enviava um e-mail de confirmação tanto da inscrição quanto do recebimento do pagamento, já que o evento custava de 40, pacote sem alojamento e alimentação, a 105, com direito a tudo.

Talvez a únicas falhas que ocorreram nesse sistema pela internet foram , primeiro o problema ocorrido com a confirmação dos pagamentos  no inicio do período de inscrição e segundo a entrada de diversas palestras interessantes após as pessoas já haverem feito as inscrições em outras. Porém todos esse imprevistos foram resolvidos, não tendo ninguém ficado sem ir tendo pagado e também foi oferecido a alternativa da troca de oficina mesmo apos ter se inscrito em outra.

Também pelo site você poderia conseguir uma ficha de inscrição para participar da mostra competitiva de curta metragens universitários. 

 

Oficinas

Um dos grandes atrativos da Semana, era sem duvida, as oficinas que iriam ser ministradas dentro do prédio do Departamento de Cinema, Radio e TV da ECA. Dentre elas, tivemos em destaque:

Vídeo- Game – Ministrada por Glauber Kotaki e Thiago Faria, da empresa Kidguru, são formados em design de games pela Anhembi Morumbi. Na oficina que durou dois dias (04 e 05) , de período integral, os dois buscaram explicar a história dos jogos eletrônicos, sua linguagem e composição audiovisual e métodos de criação de roteiro design. Por fim  Aplicaram um exercício da simulação da criação de um jogo de rápido de fácil jogabilidade, com roteiro e método de jogo.

Direção de Atores – Ministrada pelo carismático Rodrigo Spina, Professor graduado em audiovisual e mestrando em artes cênicas, a oficina que ocorreu nos dias 4 e 5. No primeiro dia optou por começar com uma discussão sobre métodos de atuação, falando um pouco de Stanislavsky e suas teorias, depois com este embasamento partiu para a prática, onde em duplas fizeram uma pequena cena, criada pelos próprios participantes, e que foi analisada e refeita se apropriando dos métodos anteriormente discutidos. No segundo dia, em trios, dois atuavam e um dirigia, as cenas foram filmadas, assistidas e discutidas.

Filme Publicitário – Ministrada por Paulo Leierer, formado pela FAAP e que agora é diretor publicitário pela produtora Toca Filmes. Na oficina de dois dias, apresentou diversos comerciais, tanto produzidos por ele quanto outros, campeães de festivais internacionais, dissertou sobre a linguagem do filme publicitário e explicou em um panorama geral sobre a estrutura produtiva de comerciais de forma profissional atualmente. A palestra ocorreu  também nos dias 04 e 05

Direção de Arte – Ministrada pela ilustre Vera Hambúrguer (de Carandiru, Ó pai ó entre outros) e pelo novo, porém não menos experiente, Rafael Blas ( trabalhou em filmes como Lula, o Filho do Brasil). Na oficina houve uma interação teórica de ambos os palestrantes em um primeiro momento. Nos dias seguintes, foram feitos exercícios de fazer a decupagem tecnica de um roteiro fornecido, depois a observacnao de  como foi realmente feito. Também receberam e ainda vão receber muitas fontes de estudo, nomes de livros, cursos no exterior, sites etc. Pois fizemos um grupo de e-mails pra compartilhar essas informações. A oficina ocorreu nos dias 4,5 e 6.

Foto Publicitária – No dia 6 de setembro, penúltimo dia da SUA, Rodolfo Ancona Lopez, mais conhecido como “Ruda”, ministrou a oficina de fotografia publicitária. Sendo esta dividida em dois períodos: num primeiro momento (manhã) exibiu alguns filmes publicitários que ele fotografou, junto com as fotos dos bastidores, nas quais se via os refletores, rebatedores e outros equipamentos usados nas cenas. Com esse material sendo projetado ele pode dar um panorama geral sobe as dificuldades e possíveis problemas enfrentados durante as gravações e as suas soluções encontradas. Após a exibição das propagandas, Ruda também exibiu trechos de quatro filmes (todos fotografados por Vitorio Estoraro) analisando a fotografia. Já no período da tarde, a oficina teve lugar em um estúdio de gravação da ECA. Lá, ele e os estudantes inscritos na oficina, iluminaram uma modelo para tirar fotos dela. estudando os diferentes ângulos e tipos de luz que existem e como elas interagem e agem em uma foto.

Também ocorreram mais sete oficinas: de Roteiro para TV e Cinema, Podcast, Cinema Latino Americano, Cinema Asiático, Trilha musical, Animação e Critica. Esse vasto numero de oficinas deu conta de abranger todos os gostos  dos alunos e possíveis carências de curso apontados por eles.

Palestras

 As palestras que ocorreram na semana tiveram em geral a proposta de elucidar a realidade da produção audiovisual no pais na atualidade, mais especificamente na parte do cinema.

 No primeiro dia ocorreu o debate “ Dificuldades de produção no Brasil” com  Roberto Moreira, professor da USP  e diretor/roteirista  de filmes como Quanto Dura o Amor e Contra Todos; A produtora Massa Real entre outros convidados, que tentaram discutir sobre esse tópico através da analise de experiências pessoais.

Já no dia 04 ocorreu a palestra “Leis de incentivo para audiovisual” dada por Eva Laurenti, Produtora de cinema e televisão que deu um panorama geral de todas as leis governamentais atuais de incentivo a cultura e que vem a beneficiar a produção cinematográfica, passando desde a Lei do Audiovisual, até lei Rouanet entre outras mais recentes.

No dia seguinte foi a vez dos alunos da USP se mostrarem, com a exibição do piloto da série para TV “3%”, que ganhou edital para ser produzida. Os alunos participantes do projeto estavam presentes para discutir sobre o desenvolvimento do roteiro e do projeto, a experiência da direção coletiva que a serie teve e também como ela foi recebida pelo publico.

Já na segunda, dia 06, temos a ultima palestra com Cristian Borges, criador do Festival Brasileiro de Cinema Universitário, discursar sobre o circuito de festivais no Brasil e sobre a criação cinematográfica universitária.

Festas

Além das duas festas já citadas, que estavam dentro do pacote. Durante a semana ocorreram mais três festas nos perímetros da USP e fora dela, organizadas pelos alunos de audiovisual da ECA. No primeiro e terceiro dias, ocorreu o famoso Happy Hour, na Prainhia da ECA, lugar de interação entre os alunos de diferentes cursos da Escola. No primeiro dia foi bom para o pessoal de fora já ir se familiarizando. No Sábado aconteceu a festa do Caneca, que é  um progama de TV produzido pelos alunos de audiovisual da USP.

I Minifórum Universitário de Audiovisual

Uma mesa composta por alunos representantes de diversas faculdades como USP, UFSCar, UNB, UNICAMP,UFSC, UNESP, FAAP, Anhembi Morumbi, Metodista entre outras. Lá discutiram sobre os cursos universitários de audiovisual atualmente vigentes no pais, apresentando seu parecer sobre problemas, qualidades e iniciativas possíveis de melhoria. Esse provavelmente foi um dos momentos mais importantes do Evento que busca, como já disse, a maior integração entre os cursos de audiovisual no pais.

* Agradecimento especial a todos que ajudaram na composição do texto.

Gabriel Ribeiro é Graduando em Imagem e Som pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

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