Agente secreto fase três; Resultados fase três

Terça-feira, 04/03/1969

Três palavras que já dizem tudo: MERCENÁRIOS DO CRIME

Três produtores: França, Itália e Áustria ($, $) $).

Três diretores: (! ! !, ? ? ?, ?’ ! ?).

Três canastrões: (  ), (  ), (  ).

Três estórias numa só (todas sem imaginação, monótonas).

Três mulheres decorativas (mas muito pouco porque estão sempre vestidas).

Três ambientes: Viena, Roma e Rio de Janeiro

Três assassinos amadores ( não sabem nem atirar).

Três pessoas na tela, porque o filme é inteirinho desfocado.

Três cores: colorido daqueles que só se vê borrões: azuis, vermelhos e amarelos

Três super-heróis mágicos e declaradamente imbecis

Três organizações secretas e sanguinárias que defendem interesses políticos indefinidos (?).

Três armas supernovas em defesa do supervelho.

Três dias de carnaval no Rio de Janeiro (com muito tiro).

Três maneiras de morrer nos dias de hoje: choque elétrico, tiro ou atropelamento.

Três únicas boas piadas: disco de macarrão (e toca); batina vermelha que vira capa de toureiro, papel higiênico

                                                                                                    com o mapa do tesouro.

Três coisas chatas: as piadas são todas na mesma estória;

                                      as piadas são todas na mesma cena.

                                      o resto do filme está cheio de coisas que se pretendem sejam piadas.

Três afirmações e uma pergunta: 1) filmes de agente secreto sempre se passam nos “quintais” do mundo,

          aproveitando a paisagem e os habitantes exóticos como fundo para as aventuras;

          2) os agentes e as organizações fazem o que querem nesses lugares, sem que ninguém sequer perceba sua

          presença, porque são todos uns imbecis e só querem dançar;

          3) o filme se passa no Rio, no carnaval;

          Pergunta: o que isto quer dizer?

Três conselhos: não vá ao cinema porque você perde duas horas;

                               não vá ao cinema porque você paga;

                               não vá ao cinema porque o cine-jornal é do Primo Carbonari.

Arquivo Público do Estado de São Paulo. Foto Isabella Bellinger.

Por Ismail Xavier

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