Cobertura SeIS.14 – 4º DIA: Oficina: Efeitos especiais e Cinema de gênero. Recursos e técnicas, com Kapel Furman

*Por Isabella Herling

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O 4º dia da SeIS trouxe Kapel Furman, para falar sobre teoria e prática de maquiagem de efeitos, efeitos especiais e gore no cinema de terror e ação. Kapel se especializou nessa área de Violência, numa época em que tal trabalho no Brasil eram apenas um recurso publicitário. Ele explica que esses efeitos começaram a ser utilizados realmente no cinema brasileiro em torno do ano 2000, com a retomada do cinema nacional.

Kapel conta que começou a pesquisar por conta própria como fazer esses efeitos, já que na faculdade não havia ninguém que trabalhasse com isso; e que no Brasil, há uma dificuldade muito grande de acesso ao material necessário para esse tipo de trabalho, fazendo com que não haja uma estrutura ou mercado estabelecido nessa área, o que traz uma grande experiência de improvisação para suprir essa falta estrutural. Depois disso, mostra alguns de seus trabalhos como realizador de Efeitos Especiais.

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Kapel continua a Oficina explicitando a importância do desenvolvimento de uma arte conceitual, para que se saiba exatamente o que o roteiro exige de uma cena, quais efeitos serão utilizados. O desenvolvimento da arte conceitual depende de uma boa interação entre o coordenador de efeitos especiais, o diretor do filme e o diretor de produção, que fazem o estudo das cenas. Isso vai deixar claro o que o diretor e o diretor de arte querem para o filme, visualmente falando. No caso de um filme de gênero fantástico, por exemplo, decidi-se qual tipo de monstro se quer, qual caracterização se quer filmar. Outro ponto importante é o storyboard, ou seja, o número de planos e quais planos que se tem por cena, pois informa a todos da equipe de filmagem como será o desenvolvimento do filme, uma vez que os permite enxergar a cena antes dela ser feita: o enquadramento e a situação do quadro já estão visualmente acessíveis a todos. O storyboard facilita o trabalho do fotógrafo, que sabe o enquadramento; do diretor de arte, que sabe o que será visível no quadro, e do realizador de efeitos especiais, que fará uso do material necessário para a cena em questão, evitando o desperdício de recursos materiais e financeiros do filme. Kapel deixa claro o quão importante é o trabalho em equipe, que exige diálogo e preparação, e como isso influencia a realização dos efeitos especiais, uma vez que o que define uma boa cena de efeito é o seu contexto: a direção, a atuação, etc.

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Após essa introdução aos Efeitos Especiais, sua realização e seus recursos, Kapel comenta sobre quais são os melhores materiais para fazer próteses (como o látex), o seu custo e a sua distribuição, as dificuldades de obtenção de alguns desses materiais e os desafios para utilização desses materiais em cena, o que exige uma sintonia entre o ator, a prótese a ser utilizada e a produção do filme, além de um grande planejamento prévio. Nesse ponto, fica claro a importância do efeito especial, pois ele é um recurso que trabalha com uma narrativa cinematográfica para criar uma ideia.

Para exemplificar qual o melhor material a ser utilizado, Kapel tira o molde da mão de um dos participantes da Oficina, explicando a necessidade de se estar atento à qualidade do material não apenas por causa do preço, mas para que ele seja seguro para quem for utilizá-lo, evitando ferimentos e alergias. Depois disso ele nos dá acesso ao seu acervo de próteses: são braços, cabeças e tecidos com ferimentos extremamente verossímeis, o que reforça o interesse dos participantes na Oficina, uma vez que fica claro o quão trabalhoso e detalhista é a realização de Efeitos Especiais. Kapel também mostra uma grande quantidade de peças como facas e tesouras que ele mesmo desenvolveu, tudo com o intuito de aproximar ao máximo uma cena de violência da realidade, reforçando a necessidade de ser criativo e saber improvisar para se trabalhar nesse meio.

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Essa Oficina mostrou realmente como é trabalhar com maquiagem de efeitos, Efeitos Especiais e gore, quais as dificuldades a ser enfrentadas e como proceder para a melhor realização de uma cena de violência. Além disso, o contato dos participantes com as próteses tornou a discussão mais rica e interessante.

Resumo do Dia:

Mais Fotos por Letícia Longo

*Isabella Herling é graduanda do curso de Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos e editora na Seções Cobertura e Entrevistas

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