CRÍTICA | Meninas Malvadas: O Musical (2024), Samantha Jayne e Arturo Perez Jr.

Mean Girls (2024), imagem de divulgação

Por: Caio Cardoso Holanda

“Ela nem estuda aqui!”

Meninas Malvadas (2004), de Mark Waters, é um clássico dos anos 2000, um filme (quase) obrigatório para toda uma geração que cresceu assistindo na Sessão da Tarde. Anos depois, a obra de Tina Fey ganha uma adaptação musical na Broadway que se torna um sucesso instantâneo, então como tudo que rende, a franquia volta aos cinemas neste ano (2024) em formato musical preservando a narrativa, músicas, parte dos elencos do filme original e da peça.

No novo longa, Cady Heron (Angourie Rice) chega aos Estados Unidos para finalmente estudar presencialmente em uma escola de Ensino Médio, então ela se depara com grandes amizades, os desafios de convívio, um novo amor e com o grupo das “Plásticas” ao qual encontra seu nêmesis, a patricinha Regina George (Reneé Rapp).

O filme é dirigido pelos novatos Samantha Jayne e Arturo Perez Jr., sendo assim evidente a inexperiência de ambos com a inconsistência estética da obra, pois o filme não se decide se é original ou uma reinvenção do original,  linguagem de musical se perde em meio a comédia teen. O longa apela para o diálogo com a geração Z ao exibir filmagens em formato de celular vertical simulando redes sociais modernas como Instagram e Tik Tok, criando um aspecto de videoclipe moderno caótico com canções repetitivas que não funcionam com a montagem proposta. E o motivo disso é a edição de Meninas Malvadas: O Musical ser uma bagunça, tudo parece desconectado da narrativa, é como assistir diversas peças musicais conectadas a um assunto sem nexo que remetem ao filme clássico o tempo todo.

O amadorismo dos diretores fica claro quando a câmera treme em momentos de tensão, os movimentos são desleixados e a grande quantidade de personagens poluem as cenas, pois todos batalham entre si (cantando ou não) pela atenção do enredo e do espectador, menos Reneé Rapp que é um talento arrebatador, a sua Regina é uma releitura perfeita das patricinhas contemporâneas com uma voz de arrepiar, sua presença é contagiante e é claro que ela detém o domínio da personagem, honrando o legado de Rachel McAdams.

Além dela, Avantika como a lesada Karen é uma grata surpresa, a jovem atriz é muito engraçada e conseguiu melhorar a personagem antes interpretada por Amanda Seyfried. A Caddy de Angourie é cativante e mais cinza do que a original de Lindsay Lohan, uma mudança interessante, mas com pouco impacto na trama que segue engessada ao original.

Portanto, Meninas Malvadas: O Musical é uma divertida reprodução do clássico, não é original e nem bem realizado, porém relembra o quão icônica é sua versão anterior.