Dia 12 (Segunda-feira)
Saindo de São Paulo (Terminal do Tietê) e depois de uma longa viagem, chega-se a Pouso Alegre (por volta do meio-dia), Campanha, e enfim, Cambuquira! São cerca de cinco horas e meia de viagem!
A cidade é pequena tem cerca de dez mil habitantes. É meio difícil conseguir as coisas lá, então venha prevenido com dinheiro e coisas específicas. Mas a cidade ser pequena apresenta uma vantagem: dá pra ir andando aos principais pontos da cidade, centro, hotéis, cinema, fontes de água e o café da mosca são bem pertinho um do outro.
Num tour pelo espaço, revelou-se o grande casarão onde acontecem as sessões, as oficinas, o clubinho e o café da Mosca. Este ano houve uma exposição de Mateus Rios (http://mateusrios.blogspot.com), ex-aluno da Imagem e Som, turma de 2001, que faz ilustrações em aquarela para livros infantis. Foi necessário fazer etiquetas para as ilustrações e também para algumas obras que Bernadete Guimarães, artista plástica e “dona da casa”, pintou com óleo e aquarela. Além dessas, a casa contém um pequeno acervo com obras de outras artistas.
Um pouco de recorta e cola de etiquetas intercaladas com tortuosas sessões de acesso a internet (o sinal do 3G é bem ruim), chega hora de comer um pouco de taco originalmente feito por um mexicano (que fez parte do cardápio do café da Mosca), com direito a feijão cozido, alface, tomate, cebola, queijo fresco e muita pimenta.
Dia 13 (Terça-feira)
De manhã me dirigi até a central da Mosca. Mais corta e cola de etiquetas e todos os trabalhos que estavam expostos tinham etiqueta com o artista e nome da obra. Hora de se informar sobre as coisas. Algumas rádios da região foram contatadas para divulgar a Mosca. Algumas deram certo outras não, mas é preciso tentar.
Houve a organização de algumas tarefas e apresentação das meninas, as organizadoras da Mosca, que são quatro ex-imagens-e-sones do ano de 2001, sendo elas Ananda, Fernanda, Maíra e Sharen. Para poder pagar umas contas e comprar algumas coisas foi preciso ir até Três Corações, em Cambuquira não tinha Banco do Brasil, mas rola tirar dinheiro na Lotérica se sua conta for BB (#ficadica).
Há uma lanchonete na frente do cinema. Lá eles vendem um famoso refrigerante no estado de Minas Gerais, que é a “sodinha”, um refrigerante de abacaxi com cor diferente. Falam que vale a pena experimentar.
Dia 14 (Quarta-feira)
Afinal a Mostra começa! Chegando ao Centro Cultural, as coisas estavam nos arranjos já. Depois de uma revisada em tudo o que deveria ser feito e algumas rádios foram contatadas para tentar marcar entrevistas. No fim a EPTV (vulgo Globo) do Sul de Minas foi fazer algumas entrevistas. A Mosca fora bem divulgada.
A primeira sessão foi muito boa! De impressionar como a curadoria foi bem feita para começar bem. Os filmes que estavam na programação eram bem interessantes, entre eles um dos que mais marcou foi Ernesto no País do Futebol, um curta que trata de um garoto argentino que acabou de se mudar para o Brasil em plena Copa do Mundo, e têm de conviver com a constante perseguição dos colegas da escola. Quem quiser conferir, o curta está disponível no porta-curtas através deste link – http://portacurtas.org.br/Filme.asp?Cod=9031. Depois rolou uma baladinha básica com banda no charmoso Café da Mosca, que renderam algumas horas de conversa.
Dia 15 (Quinta-feira)
De manhã foi verificado o que era preciso em cada oficina. Duas que estavam acontecendo pela manhã eram: a de Videodança e a de Realização Audiovisual. Foram bem panorâmicas, mas úteis para um primeiro contato. E tinham o intuito de serem bem práticas, gerando vídeos ao final de cada uma delas.
Foi também na parte da manhã que aconteceu a primeira das cinco oficinas de Pin-Hole (foto na lata). Ministradas pela Mariane Goldberg, as oficinas tinham o objetivo de ensinar os participantes desde a construção da lata escura, até a revelação da fotografia. Ao final das oficinas, as fotos foram exibidas no telão do Cine-Elite.
Depois dessa, hora de Clubinho, sessão infantil seguida de recreação, que cuida de crianças que vem junto com as escolas da cidade. Elas pintam o filme que mais gostaram e esses votos são contados para definir que filme ganha o Prêmio Infantil.
Para a sessão da noite! Assistir curtas, ver a porta e distribuir as cédulas de votação. O ruim de trabalhar é que nem sempre dá para ver tudo.
Dia 16 (Sexta-feira)
Dia de gravação para a oficina de Realização Audiovisual. Eles estavam fazendo adaptação de um conto para vídeo, arranjado o figurino e acertando a decupagem, foi feita a gravação de duas cenas. Uma na igreja improvisada na sala de projeção e outro no confessionário que exigiu um pequeno esforço mental para pensar as questões de eixo e espaço diegético (coisas loucas da Gestalt). Acabando o primeiro conto, recesso até a tarde.
Na parte da tarde, foi feita gravação de outro conto em externa. Perto de um poste, um mendigo tenta vender uma lâmpada para algumas pessoas que fogem, até que uma delas aceita o item e une com sua lanterna. Eram dois momentos principais. Um de dia e um a noite. Mais tarde foi feita outra gravação lá. Entre as gravações, houve sessões infantis que eram legais também. Tinham alguns trabalhos bem educativos. Depois da gravação da noite, formalizou-se o roteiro da Videodança e houve a sessão nobre das nove e meia. Enquanto acontecia a balada o Djalma editou os dois curtas da oficina de Realização Audiovisual.
Dia 17 (Sábado)
Os trabalhos estavam terminando. Ocorreria a gravação da videodança. Gravaram a manhã inteira com duas câmeras, tentando evitar uma a outra e pegar bons momentos e bons planos. Alguns deles ficaram muito bonitos. Houve um debate sobre Produção Cultural no Interior Paulista, que falou sobre várias questões relativas a cultura popular e sua disseminação através de eventos culturais e pontos de cultura.
Era preciso começar a edição do material da videodança. Foram muitas horas tentando resolver um problema que parecia interminável. As câmeras gravavam em um formato que o editor de vídeos não abria. A conversão para descomprimido gerava arquivos gigantescos, o PC travou, ficou impossível de editar. Desinstalar e instalar de novo. Não rolou. Converter todos os vídeos de novo comprimindo… Pelo menos foi possível editar dessa vez, em um ritmo alucinante de câmbio entre momentos de edição intermediados por períodos de convívio social no Café da Mosca.
Dia 18 (Domingo)
Foi feita a edição final do vídeo. Finalizar, gravar, assistir a sessão com os ganhadores do júri popular. O Ernesto ganhou melhor infantil e ficção. O melhor filme da Mosca, que também levou o prêmio de melhor documentário foi Chão e Fé. Realizado por dois cambuiquirenses: Alexandre Felix e Gabriel Lemes, falava sobre a romaria só de homens que vai de Cambuquira até Aparecida. Os outros ganhadores podem ser conferidos no site da MOSCA (http://www.mostramosca.com.br/vencedores.php)
Sessão terminada, a galera foi comemorar o sucesso do evento. Os organizadores todos cansados! Depois de um tempo, ocorreram despedidas de quem não ia se ver mais e agradecimentos. Pausa e encontro na Pizzaria 14 Bis. Mais conversas e lembranças… Enfim, hora de ir dormir.
Dia 19 (Segunda-feira)
Acordei às sete para arrumar as coisas e dar tempo de comer. Fomos tomar café o Vitor e eu. Hora de se despedir da cidade. Foi triste ir embora. Mas temos todos trabalho a fazer. Rumo a São Carlos. Ano que vem estarei de novo!
Todas as fotos são de autoria do Fotógrafo e Ilustrador Mateus Rios. Quem quiser conferir mais fotos do evento, basta acessar http://www.flickr.com/photos/mostramosca/
Henrique Dias de Barros é bacharelado em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos e foi estagiário na MOSCA 6
Olá, você estava no dia 16 do Mosca 6 quando uma banda tocou à noite? Porque eu gostaria de pelo menos do nome da banda, será que você pode me informar?