O debate que aconteceu nesta terça-feira, dia 15 de novembro, contou com a participação de Felipe Altenfelder, do Fora do Eixo, Talles Lopes, do Circuito Mineiro de Festivais e com o mediador Gabriel Ruiz, do Enxame Coletivo. Talles comentou sua experiência com o circuito de festivais apontando a importância crescente da Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes), ao mesmo tempo em que ressaltou a articulação dos festivais independentes como a tendência para os circuitos regionais. Segundo ele, em Minas Gerais a articulação começou em 2010 com 14 festivais estruturados em uma agenda de ações e plataformas comuns que resultou na chancela: “Circuito Mineiro de Festivais”.

Nesse sentido, Talles apontou que a conquista de um aporte financeiro por meio de um grande patrocinador dividido para todos os Festivais incluídos no Circuito se constituiu como um primeiro investimento. Ainda que pequeno foi um investimento certo que resultou em melhor visibilidade para o projeto diante de outros possíveis investidores.  Dessa forma, através do Circuito pode-se criar um modelo de Festival, no qual as ações convergem e que permite um processo mais amplo de integração dos agentes que pensam a organização, a estrutura, a difusão, a própria articulação, a geração de conteúdos e o desenvolvimento de tecnologias de informação e comunicação.  O Festival CONTATO tem papel privilegiado nesse sentido por ter à presença da universidade cooperando e participando, e isso foi levantado como elemento importante para possibilitar a fruição e a difusão do conhecimento em outros festivais.

Foram discutidos também as ações do Fora do Eixo por Felipe Altenfelder que ressaltou o direcionamento de medidas, o trabalho colaborativo, a valorização dos artistas assumindo o papel de protagonistas, a potencialização das trocas sociais, a criação de rotas de circulação do conhecimento, colocando, por exemplo, a música como uma primeira tática. Mas perguntado sobre a importância dada as outras artes além da música, Felipe apontou a descentralização dos conhecimentos como uma das diretrizes do coletivo, o Clube de Cinema Fora do Eixo e o Fora do Eixo Letras são exemplos de novas bancadas que se constituem a partir do interesse comum por essas áreas.

Debateu-se ainda a integração diante da disputa de recursos entre os coletivos optando-se por buscas coletivas e distribuição desses recursos para todo o grupo, mas aceitando as discussões particulares quando ocorre oposição a essa escolha por algum membro. Além disso, levantou-se experiências de alguns coletivos que não deram certo, mas que serviram de experiência para o grupo. (Tramadol) De qualquer forma, a busca por atalhos é compartilhada em prol de atingir objetivos sem cometer os mesmos erros e superar os obstáculos comuns.  Nesse sentido, destacou-se a importância de pressionar os poderes públicos em busca de apoios, principalmente quanto o Festival contribui para a região ou para a cidade trazendo investimentos para elas.  

Durante a tarde aconteceu o Grupo de Trabalho: Encontro de Festivais Paulistas.  Este primeiro encontro dos produtores de festivais do Estado de São Paulo de música, audiovisual, artes cênicas, artes integradas, novas mídias serviu para pensar “uma rede estadual fortalecida e articulada, com calendário integrado e ações onde cada Festival ajude no crescimento do outro e a proposição de políticas públicas estaduais para o setor” (site do 5º Festival CONTATO).

*Marcelo Félix é graduando do curso de Imagem e Som da UFSCar, graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e integrante da Editoria Geral da RUA.

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