MOSCA 8 / Dia #3 – Roda de Conversa: Audiovisual e Educação

Por Henrique Rodrigues Marques *

Na manhã dessa sexta-feira a MOSCA reuniu um grupo de pessoas interessadas em debater a relação entre audiovisual e ensino. Com o tema “Audiovisual e Educação: Propostas Pedagógicas em Espaços Educativos”, a roda de conversa orientada por Djalma Ribeiro Junior se desenvolveu através da troca de experiências e impressões de cada um dos presentes acerca do assunto. Com um público composta em sua maioria por profissionais da Educação e do Audiovisual, de diversas idades, o debate rendeu boas reflexões.

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O bate-papo se inicia com Djalma pedindo que cada um se apresente e responda a seguinte pergunta: “o que é audiovisual e o que é educação?” As respostas variavam, mas todas se encontraram no mesmo ponto em comum: tanto o audiovisual quanto a educação são parte fundamentais da formação do indivíduo. E se o audiovisual é tão presente na vida cotidiana, por que é tão difícil integrá-lo no processo de ensino? Como foi levantado por uma das educadoras presentes, o principal problema é que o atual método de ensino é arcaico. Não é coerente querer ensinar uma criança que nasce na era dos computadores do mesmo modo que se educava uma há décadas atrás. É preciso que o sistema se adapte a esse novo contexto, e que os professores estejam dispostos a trabalhar junto com seus alunos na busca de métodos alternativos. E o audiovisual pode – e deve – ser parte dessa busca.

Outro ponto levantado por uma educadora é que a educação se vê escrava de uma legislação ultrapassada, o que acaba inibindo alguns professores na hora de propor inovações na sala de aula. Nesse momento, alguns professores deram exemplos de como é possível criar novas propostas sem entrar em conflito com o planejamento de ensino. Djalma também levantou a importância de se lembrar que existem outros espaços educativos além da escola, e que é possível atuar através deles.

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Para encerrar, o orientador propôs uma dinâmica envolvendo música, desenho e trabalho coletivo. Foi curioso notar como algumas amarras do ensino convencional transparecem até mesmo nos momentos em que nos é permitido uma postura mais livre. A conversa produtiva acabou se estendendo por um tempo bem maior que o previsto, e todos os envolvidos saíram de lá dispostos a adotar os conceitos levantados.

Mas de todos os assuntos abordados, o mais urgente é a necessidade de se deixar de pensar o audiovisual como ferramenta de ensino e passar a enxergá-lo como um processo de formação. Esse é o primeiro passo para a quebra desse preconceito com o audiovisual para fins educacionais e a sua inclusão efetiva nos cronogramas de ensino Brasil afora.

 * Henrique Rodrigues Marques é estudante de Imagem e Som na Universidade Federal de São Carlos e editor da RUA.

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