SeIS.12 Dia#2 – Chá da SeIS: Horror no cinema brasileiro

“Chás, bolachas e quitutes, regados ao ‘disgusting’ escatológico do Horror Brasileiro”

Por Luan Reis

“Disgusting e sangrento”. Apesar de parecer absurdo, foi assim que definiu a Profª  Dra. Laura Cánepa quando introduziu uma montagem audiovisual com as principais realizações do horror nacional. E, de fato, Laura estava certa, os aproximados 20 minutos de projeção exibiram cenas dignas de arrepios, regados a muito sangue, cabeças rolando, escravos zumbis, bonecos de vudu e outras escatologias retiradas da cena do terror nacional dos mais diversos períodos.

O Chá teve início com a degustação dos quitutes por parte dos presentes. Logo em seguida o aluno do curso de Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Thiago Jacot, fez uma breve apresentação antes de passar a fala para o Profº Dr. Arthur Autran do Departamento de Artes e Comunicação (DAC) da UFSCar, que fez um resumo do extenso currículo de Laura Cánepa e em seguida passou a bola para que a Doutora pudesse dar procedimento ao assunto que a própria domina como ninguém: Terror!

Sim, Terror com “T” maiúsculo foi o que o público pode assistir em um compacto vídeo, que entregou um panorama da cena audiovisual do horror filmado e produzido no Brasil através das décadas. A Profª introduziu sua fala alertando do farto sucesso que gozou os filmes exibidos em seus respectivos períodos, desmistificando, logo de cara, a falsa ideia de que o estilo não faça nenhum sucesso nos trópicos, outro mito derrubado pela especialista é o de que apenas José Mojica Marins, Zé do Caixão, se dedicou ao gênero.

A doutora no assunto mostrou a frutífera quantidade de subgêneros e realizadores que se debruçaram à causa do horror nacional. Passando pelos pioneiros Mojica, John Doo, Ivan Cardoso até os contemporâneos Felipe Guerra, Rodrigo Aragão. Outros aspectos discutidos foram os inúmeros tratamentos estéticos pelo qual o terror nacional passou, dentre os subgêneros mais visitados pelos realizadores brasileiros estão o slasher, sobremaneira os que envolvem seriais killers assassinando mulheres; as pornochanchadas com tratamento de terror, entre outros estilos pertinentes ao gênero.

Entrementes, Cánepa alertou quanto à necessidade de se discutir e preservar a memória do cinema de terror nacional, que possui poucos realizadores dispostos a debater o tema e passar seus conhecimentos às próximas gerações, gerando pouco “no hall” na área. Para finalizar o encontro, a especialista, abriu para que os presentes pudessem discutir e questionar. A dúvida mais recorrente girou em torno da atual produção de horror no país, onde as novas questões estéticas e técnicas foram amplamente debatidas.

Ficou claro que o cinema de horror no Brasil possui público cativo e desde sempre suscita curiosidade nas mais variadas plateias, mas que para seguir crescendo na atual cena audiovisual brasileira, sobretudo no mercado dominante, é necessário criar-se “no hall” e profissionais dedicados no campo, profissionais sem culpa de fazer o sempre novo TERROR.

* Luan Reis é estudante de Imagem e Som pela Universidade Federal de São Calros.

Para ver mais fotos e vídeos de cobertura, acesse o site da SeIS.

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