4ª Semana do Movimento Artístico e Cultural do CAASO (MACACO)


Cobertura em vídeo do MACACO pela RUA


Entrevista com o cartunista Fernando Gonsales no MACACO

A quarta edição do Movimento Artístico e Cultural do Caaso, o MACACO, trouxe um interessante leque de eventos, shows e oficinas nesta edição de 2008 realizada durante o mês de Agosto. Ocorrida majoritariamente no Centro Cultural do Caaso a programação envolveu quase que completamente todos os períodos do dia, havendo atividades de diversas naturezas, de manhã às madrugadas. Parte do cronograma foi constituído ainda por intermédio do auxílio da RádioUfscar e do CineUfscar através de discussões como a produção independente no Brasil – e mais especificamente no contexto de São Carlos – e a atividade do cineclubismo. Mesmo a RUA teve presença também assegurada por intermédio da apresentação da banda Aeromoças e Tenistas Russas que apresentou uma trilha sonora de autoria própria para o curta holandês Regen (1929) de Joris Ivens. A apresentação evidenciou o forte envolvimento dos músicos com a proposta de se pontuar fielmente uma montagem musical intrínseca ao filme, havendo nítidas marcações entre mudanças de planos, caracterização de elementos sonoros da cena (como a buzina de um carro pela rua, as gotas de chuva, entre outros), e um primoroso trabalho de composição cujo gênero retoma muito ao progressivo instrumental.

Houve ainda a apresentação da banda Eletrogroove, a presença em bom número da Bateria Alcalina formada por alunos da Unicamp, e tantos outros bons shows que pontuaram os fins de noite da semana. Destaque também para a presença do cartunista Fernando Gonsales que veio a encerrar o último dia de MACACO com uma bate-papo quanto ao seu trabalho, o processo criativo de composição de seus personagens e suas respectivas histórias.

Para a cobertura da edição do MACACO deste ano a RUA preparou um vídeos e fotos com algumas de suas atrações, entrevista com Fernando Gonsales, e a reflexão e o balanço da semana através de um dos realizadores do evento, Gabriel Fedel.

Pedro Marcondes é graduando em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

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A experiência de participar da realização de um evento como o MACACO é muito boa e engrandecedora, pois é a oportunidade de ajudar a construir algo idealizado e organizado por estudantes universitários, com fins muito nobres, e que ajuda a fortalecer o eixo extensão do tripé ensino-pesquisa-extensão (que deveria ser a base das universidades). E quando digo extensão é no sentido mais profundo da palavra, extensão de formação, por ser uma atividade totalmente diferente das aulas e práticas de pesquisa presentes na graduação, e por ser extensão à comunidade, já que é um evento totalmente gratuito e que tem como um dos objetivos aproximar o campus da USP São Carlos da população são-carlense.

Essa já é a terceira vez que participo da organização desse evento (na primeira vez, apenas como colaborador, e nessas duas últimas como diretor do núcleo cultural do CAASO, estando mais envolvido na construção do movimento), e com a experiência dessas participações sinto que além de ter mudado algo no campus, com a colaboração na construção dos MACACOs, agreguei muito a minha formação universitária para além do que vi nas salas de aula.

Infelizmente poucas pessoas, que não eram ligadas à diretoria do CAASO, têm participado nos últimos anos da organização do MACACO, o que é muito ruim, pois faz o movimento não ser independente de uma gestão do Centro Acadêmico (fazendo com que ele não fique tão ímpar e multifacetado como pode ser). Durante o período de sua organização nessa última edição foram levantadas muitas idéias interessantes que provavelmente fariam com que o MACACO evoluísse bastante, porém a falta de pessoas engajadas na organização impossibilitou a efetivação dessas idéias. Entre as vontades presentes na organização estava a de que o MACACO se estendesse para além da semana, e fosse, como o próprio nome já diz, um movimento, com atividades espaçadas ao longo do ano. Porém o máximo que conseguimos foi a realização de duas ou três atividades nas semanas que precederam o evento. Mesmo com algumas novas idéias não vingando, houve outras que causaram bons impactos nessa edição, como a Mostra Alimente o MACACO, que mesmo acontecendo pela primeira vez recebeu muitas inscrições (aproximadamente 20 trabalhos), mostrando o grande potencial que a semana pode ter como um espaço para os artistas independentes.

Um ponto muito interessante do MACACO é a possibilidade de transformar o espaço do CAASO num importante instrumento de encontro e exibição de trabalhos de diversos grupos envolvidos com arte e cultura (tanto da cidade como a Rádio UFSCar, CineUFSCar e a Revista Universitária do Audiovisual – RUA, quanto de fora como o Coletivo CHN, Flautins de Matuá e todos que já passaram pelo evento), permitindo o desenvolvimento desses grupos e o surgimento de outros novos. Nesta última edição posso citar um grupo que nos surpreendeu bastante que foi o de teatro do CAASO, este teve seus primeiros encontros há um ano, e conseguiu (de maneira totalmente autônoma, sem diretor ou instrutor) apresentar três trabalhos teatrais que atraíram grandes públicos e foram muito elogiados por quem assistiu. Ver esse sucesso do grupo de teatro é muito importante já que ultimamente os grupos culturais do CAASO (como os de foto, cineclube e rádio) têm se extinguido.

Analisando essa última edição e as anteriores do MACACO vejo que os desafios para as próximas comissões organizadoras serão:

– fazer com que mais pessoas participem ativamente de sua construção e organização;

– buscar maneiras de aumentar a participação de estudantes do campus e moradores de São Carlos, principalmente em atividades que não sejam as apresentações (que normalmente têm sido bem recebidas);

– tornar o MACACO um evento mais dissipado ao longo do ano, possibilitando que as atividades culturais voltem a ser rotina no espaço do Centro Acadêmico e do campus da USP São Carlos como um todo;

– estudar novos formatos e atividades para o evento, de modo que este não se sature a um único padrão toda edição.

Fazendo um rápido balanço deste último MACACO, acho que foi um evento muito bem sucedido, atingiu muitos de seus objetivos: realmente movimentou o campus com atividades muito diferentes das que normalmente ocorrem por aqui (destacando as apresentações do Eletrogroove), conseguiu trazer pessoas (tanto da cidade como da UFSCar e do próprio campus) que normalmente não freqüentam o espaço do CAASO, serviu ainda como meio para que diversos grupos e pessoas envolvidos com arte e cultura (que normalmente não possuem muitos espaços) de certa maneira exibissem seus trabalhos e motivou a criação e/ou a continuação desses grupos (posso citar o de danças brasileiras Gira-Fulô que teve sua primeira apresentação no 2º MACACO, e o Grupo de Teatro CAASO).

Por fim, apesar dos problemas na organização do evento, vejo esperança em sua continuação e evolução enquanto movimento, pois acredito que a movimentação causada nesses anos que passaram funcionará como motriz para a não extinção do MACACO.

Gabriel Fedel é Diretor do Núcleo Cultural do CAASO (Gestão 07/08) e Membro da Comissão Organizadora da 4ª Semana do MACACO

Mais informações sobre o MACACO:

http://www.caaso.org.br/macaco/oquee.php (SITE OFICIAL)

http://macaco08.blogspot.com/ (BLOG OFICIAL)

http://programabluga.blogspot.com/2008_09_01_archive.html (PROGRAMA BLUGA – Cobertura detalhada das atrações musicais do MACACO)

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