6º CONTATO: Noitão Futuros (IM)Possíveis, no Cine UFSCar

por Marco Sartori *

Pelo segundo ano consecutivo o Cine UFSCar recebe o Noitão organizado pelo Contato. Esse ano, se alinhando com o tema do Festival, Futuros Criativos, a programação de filmes foi particularmente formada por ficções-científicas ou tramas que envolvam o fantástico em suas narrativas. Três filmes que, apesar de tangerem as mesmas preocupações e ânsias pelo futuro que nos aguarda, são diferentes entre si, alguns separados por décadas de sua realização, ou mesmo no formato em que foi feito, assim como produzidos em países tão distantes culturalmente.

O Noitão enfrentou alguns problemas durante a sua execução. O primeiro já foi sentido antes mesmo das exibições começarem. Por uma falha de comunicação entre a organização do Cine UFSCar e do festival, ambos colocaram horários diferentes para o início da sessão, as 19:00 e as 20:00, respectivamente. Para suprimir o problema, a Coordenadora do Cine UFSCar, Prof. Alexandra Lima G. Pinto, propôs a exibição de dois TED’s – palestras que tratam sobre variados temas – escolhidos pela mesma para tratar também sobre o futuro. Após a exibição do primeiro, novos problemas cancelaram a exibição do segundo TED e atrasaram o início da sessão do filme que abriria o noitão.

Com um atraso de cerca de 20 minutos, começa a exibição do primeiro filme da noite, O Turista Espacial (La Belle Verte, 1996), dirigido e protagonizado pela francesa Colline Serreau. A história trata de uma alienígena pertencente a uma raça que chegou ao equilíbrio de sua sociedade. Ela desembarca na Paris do final do milênio e se depara com uma realidade totalmente diferente da em que vive. O filme debate assuntos que vão desde o ambientalismo até questões filosóficas.

Cena do filme "La Belle Verte"

Após a primeira exibição, 10 minutos de pausa para a pipoca vendida na frente do Cine. Ao retornar depois do tempo previsto, novos problemas atrasaram novamente  a sessão. O segundo filme da noite, Daqui a Cem Anos (Things to Come, 1936), era um dos mais esperados por muitos. É um clássico da ficção científica, dito como o primeiro do gênero. Produzido em 1936 e com o roteiro de H.G. Wells, a trama apresenta toda a paranóia e o futuro incerto que só as melhores ficções-científicas conseguem imprimir na película, ao mostrar uma visão às vezes obscura, às vezes esperançosa, dos resultados de uma guerra que se aproximava. Após quase ¾ de século, o filme pode parecer datado, mas não deixa de ser curioso como o homem via o futuro à época em que o filme foi feito.

cena do filme "Things to Come"

Na última sessão da noite, a animação japonesa Páprika, de 2006, encheu a tela com suas cores vibrantes e trama febril. No filme de Satoshi Kon, uma nova tecnologia permite que às pessoas tenham acesso aos seus sonhos. Quando o aparelho é roubado, uma das pesquisadoras da empresa assume o seu alter-ego, Páprika, para poder reaver o invento, que se mostra perigoso nas mãos erradas. O visual do filme, aliado com a tradicional animação oriental, traz à obra um tom surreal nas cenas de sonhos, com inspiração em inúmeros animes, com direto até à destruição da cidade e personagens gigantes, fatos corriqueiros nas animações japonesas.

Ao final da sessão, foram disponibilizados caronas pelos organizadores do festival, que tiveram problemas com as vans agendadas. Fica aqui um parabéns aos organizadores, que tentaram de todas as formas possíveis reagir de forma positiva às adversidades e barreiras, comuns em qualquer eventos, seja propondo formas de preencher as lacunas entre problemas na exibição, ou promovendo as caronas. E que com os erros, venham os acertos no mais que bem vindo próximo Noitão.

*Marco Aurélio Sartóri é formado em jornalismo pela Faculdade Prudente Moraes e é estudante de Imagem e Som, na Universidade Federal de São Carlos.

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