A repetição da Indústria Cultural na franquia de filmes Halloween

Por Pedro Rodero

Introdução

        Ao longo do último século, o procedimento da indústria cultural foi responsável por um movimento de padronização dos elementos culturais, variando entre repetição e inovação, principalmente no cinema, por ter maior necessidade de retorno dos investimentos de sua realização. Nesse sentido, atentando para o cinema Americano como o principal representante do entretenimento, é típico que esta homogeneização torna-se mais acentuada, investindo na repetição dos objetos culturais que fizeram sucesso. Nesse ponto, se evidencia o cinema de terror dos anos 80, pelo sucesso inicial e o ciclo de repetição criado pelos vários filmes lançados pela mesma franquia, destacando a série de filmes Halloween, sendo o primeiro filme lançado em 1978 e o décimo segundo filme marcado para estrear em outubro de 2021. 

Análise

    O cinema de terror que foi amplamente explorado no final dos anos 70, e basicamente por toda extensão dos anos 80, só se tornou exequível pois filmes como Psycho (1960), de Alfred Hitchcock, e Night of the Living Dead (1968), de George Romero, revelaram que filmes de terror podem ser extremamente lucrativos, exacerbando aos montes o valor do orçamento, chamando atenção da indústria para o gênero e entrando, mesmo que vagarosamente, para algumas das produções de primeira linha do cinema hollywoodiano, assim, grandes produções começaram a existir e ganharam suas franquias devido ao sucesso.

    O filme Halloween (1978), de John Carpenter, desponta diante de todo esse contexto, seu enredo se passa na noite do dia das bruxas numa cidade de Illinois, em 1963, quando um menino de seis anos, Michael Myers, fantasiado de palhaço assassinou sua irmã mais velha com uma faca de cozinha. Quinze anos depois Michael foge do hospital psiquiátrico, voltando para sua cidade natal, lá persegue Laurie Strode e seus amigos. O psiquiatra de Michael, Dr. Sam Loomis suspeita das intenções dele e segue-o para Haddonfield para tentar impedi-lo.

       A obra continha um orçamento de trezentos e vinte e cinco mil dólares e teve uma receita em torno de sessenta milhões de dólares. Foi extremamente influente dentro do gênero terror e responsável pela popularização dos filmes slasher nos anos 80, subgênero do terror que circunda sobre um assassino em série que mata várias vítimas ao decorrer do filme. Halloween ajudou a popularizar vários elementos do gênero, como o termo “final girl” que refere-se à última mulher viva que consegue fugir ou enfrentar o vilão, a criação de uma música tema para o assassino, a punição com a morte para jovens que estão cometendo atos impróprios e condenaveis como sexo e consumo de drogas. Devido à sua popularidade, o filme se tornou um modelo de sucesso na indústria cultural, sendo usado alguns de seus temas em outros grandes filmes  do gênero como Friday the 13th’ (1980), de Sean S. Cunningham, e A Nightmare on Elm Street (1984), de Wes Craven.

       O filme que também trabalha com a temática de um serial killer e definiu alguns aspectos do gênero slasher foi Psycho (1960), de Alfred Hitchcock, filme em que a personagem principal, interpretada por Janet Leigh (que curiosamente é a mãe de Jamie Lee Curtis que interpreta Laurie Strode em Halloween) é morta justamente por causa dos seus atos considerados imorais para a época, como roubar, mentir e ter relações sexuais sem buscar um relacionamento sério. As interpretações feitas têm como objetivo pôr culpa e medo na consciência dos espectadores, com o intuito de que as regras  da sociedade sejam seguidas. Nos filmes de terror, principalmente os slashers, acabam usando o mesmo método, os personagens são assassinados pelos seus atos, como se estivessem pagando pelos seus desregramentos. Na maioria dos filmes do gênero os personagens mais comuns são um grupo de adolescentes, com os estereótipos bem definidos, é como se os realizadores tivessem a receita e eles seguissem a receita tal como ela é, mudando apenas alguns ingredientes, mas a receita continua parecida. Uma vez que a fórmula funcionou, eles utilizam desses recursos e começam a repetir exaustivamente, para não correr o risco de investir em obras que ainda não foram testadas.

        Alguns dos recursos usados nesses filmes são os personagens estereotipados, como o da  Laurie Strode, a protagonista correta e alva, que porta-se sempre de acordo com os princípios éticos, nunca faz nada de errado, é apenas a babá perseguida que quer proteger as crianças e a si mesma, quase sempre é a personagem que sobrevive no final. Existe também o personagem que geralmente é uma amiga da protagonista, muitas vezes está no filme para atuar em cenas impróprias, como as de nudez e sexo, essa é uma vítima certeira do assassino, na maioria das vezes é morta durante o sexo. Isso acontece com as duas amigas de Strode, a primeira é morta quando entra no carro para buscar seu namorado, enquanto deveria estar cuidando de uma menina, e a outra é morta depois de fazer sexo na casa dessa menina pois não tinha ninguém em casa. São mortas como forma de punição diante das atitudes erradas com o intuito de amedrontar os jovens a não fazerem a mesma coisa que elas.

     Existe também o personagem mais velho, o policial, o médico ou pai, que nunca acredita nos jovens ou quando acredita nunca consegue achar ou deter o assassino, e acabam morrendo ou aparecem quase no final para fazerem algo. Por fim, mas muito importante, o vilão, é o repressor, está ali para matar todos que estão no caminho errado ou no caminho dele. O motivo do assassino ter começado a matar pode estar relacionado a vários fatores como a de um amor não correspondido ou traição, pode ser por erros dos pais dos adolescentes, problemas psicológicos ou pelo simples desejo de matar,  o que acontece com Michael Myers no primeiro filme da série. 

       Tudo isso fica claro atualmente pois, de tanto consumir as mesmas cenas, é capaz de prever quais serão os próximos acontecimentos dos personagens, diante disso o clichê no cinema se tornou um método sem inovação. Se tornando recorrente nos filmes de terror, ainda é e será regular visto que funciona e agrada o público.

      Ambos os filmes do gênero slasher citados neste ensaio foram extremamente explorados, contendo mais de oito filmes em cada franquia. Isso acontece em primeiro lugar pela lucratividade e pelo enredo da história, para indústria cinematográfica quando algo faz sucesso não tem porque terminar, mas sim dar uma continuidade ao desdobramento dos acontecimentos. A sequência deve ser realizada sobre os mesmos moldes do original e com enredos e linguagem semelhante aos que foram abordados no primeiro filme, sobretudo a temática, para que a essência não seja perdida. A franquia traz uma forma de abordar várias vezes o mesmo assunto que cativou o público e gerou dinheiro para os produtores, que são quem realmente trabalham nas sequências, o exemplo mais sólido é Moustapha Akkad que produziu oito filmes da franquia Halloween e depois de sua morte em 2005, seu filho Malek Akkad assumiu a produção.

       Halloween é ainda uma franquia ativa e que gera lucro, contendo onze filmes lançados (1978, 1981, 1982, 1988, 1989, 1995, 1998, 2002, 2007, 2009, 2018) e com mais duas produções previstas para ser lançadas até 2022, ao longo de quarenta e três anos de existência. De acordo com Henry Jenkins, a franquia pode ser vista como o “empenho coordenado em imprimir uma marca e um mercado a conteúdos ficcionais” (JENKINS, 2008, p. 47), e é isso que ocorre com a franquia, mesmo passando por algumas mudanças em seu enredo, o assassino, o homem mais velho e a protagonista estão representadas em toda série, menos no terceiro filme no qual irei abordar. O segundo filme é uma continuação direta do primeiro filme e todos os produtores trabalham no filme, existe agora o motivo da perseguição de Myers por Strode ela seria uma irmã dele, perseguida no hospital para onde foi depois dos acontecimentos do primeiro filme. Michel mata todos que cruzam seu caminho e o hospital é incendiado, Laurie consegue escapar e o psicopata é dado como morto.

O terceiro filme interrompe a relação com os personagens já que supostamente o assassino foi morto e seus produtores reformulam o filme para se tornar uma  franquia antológica, abordando o Dia das Bruxas, mas se tornando um fracasso. O público, acostumado com o padrão de repetição dos dois primeiros filmes não assimilam a obra, sendo um fiasco e fazendo os produtores desistirem dessa nova abordagem e não voltarem a trabalhar na franquia por um bom tempo, ficando apenas Moustapha produzindo dos produtores iniciais. 

      Halloween 4 The Return of Michael Myers (1988), volta para a estética slasher estabelecida pelos primeiros longas, que agradam o público, com o retorno do assassino agora para perseguir Jamie, a filha de Laurie Strode, que supostamente morreu e deixou a garota para trás. Myers novamente cria uma trilha de corpos de adolescentes, a sobrinha reencontra o tio, e eles se unem mentalmente, isso acarreta em uma cena no final do filme parecida com a cena inicial do filme de 1978, onde Jamie vestida de palhaço tenta assassinar com uma faca de cozinha sua mãe adotiva. 

Halloween 5 The Revenge of Michael Myers, continuação direta do quarto filme, e lançado no ano seguinte, seguiu exatamente os passos do anterior com os mesmo personagens e o assassino matando jovens. Um puro produto de entretenimento slasher que a franquia ajudou a criar, mas sem dispor do brilhantismo e originalidade do primeiro filme, deturpando, assim, os rumos da série.

O último filme, dessa parte confusa e extremamente comercial da franquia, foi lançado em 1995, seis anos depois do último lançamento, depois da baixa renda do último filme, a franquia foi comprada pela Dimension Films. O roteiro se passa 6 anos depois do último filme, Myers agora faz parte de uma seita que mantém Jamie grávida aprisionada, ela foge e o assassino vai atrás dela. Nesse longa é construído todo um culto para Myers que agora é abordado como imortal, coisas que já tinham ficado óbvias no segundo filme. O primeiro corte do filme foi para uma exibição de testes, mas apenas para adolescentes, o público que eles queriam alcançar, público esse que desconhecia a série e seus rumos, não gostaram de várias partes do filme, principalmente do final. Por fim, eles tiveram que se apressar para refilmar o final, e o resultado foi pior ainda, o filme tratava de vários assuntos levantados em toda franquia de forma desbocada e sem sentido, chegando a ter até duas versões, mas nenhuma chegou a salvar a produção, que passou a ser considerada o pior filme da franquia.

Halloween H20, aparece quatro anos depois, um filme realizado principalmente pelo prestígio de novos filmes slasher, sobretudo Scream (1996), Wes Craven. O filme vem vinte anos depois do original, esquecendo todas as continuações  narrativamente desastrosas que vieram depois do segundo episódio, remodelando a franquia. O orçamento era maior, e John Carpenter foi cotado para a direção, que por fim ficou para Steve Miner; Jamie Lee Curtis volta para atuar com Laurie, agora com outra identidade e família, mas Myers encontra ela, colocando tudo em risco novamente.

Com o sucesso do filme anterior, principalmente pelo seu lucro, é lançado em 2002 Halloween: Resurrection, que desagradou muito o público e a crítica por ser claramente um filme produzido apenas para conseguir mais dinheiro pelo sucesso do anterior. O enredo é dividido em dois, primeiro mostra o desfecho muito injusto de Laurie Strode, que termina internada em um manicômio. A segunda parte do filme funciona como um reallity show e seus participantes têm que sobreviver na casa de Michael Myers, mas todos que tentam acabam mortos.

Com o resultado ruim do último filme, seus produtores optam por um remake do primeiro filme da franquia, algo que estava acontecendo com outras séries de filmes de terror na época. O filme foi dirigido pelo fã da franquia e também cineasta, Rob Zombie, mas sofreu fortemente pelo controle dos produtores do filme, que agora envolvia os irmãos Weinstein. A obra dividiu opiniões, Zombie, que queria fazer algo reimaginando o filme de Carpenter, trabalha com maior intensidade a história de Myers quando criança, e como e em quais circunstâncias ele se torna uma assassino que é internado e depois, mais velho, foge para sua cidade natal. Todo o resto do filme é parcialmente igual ao de 1978, mudando apenas as intensidades mais chocantes das mortes, conveniente ao estilo de Zombie.

Como já se é esperado na franquia, quando um filme faz sucesso eles lançam mais um, agora Halloween 2, uma das poucas refilmagens de uma obra clássica que teve continuação. Rob Zombie volta como diretor, mas com a condição de exercer maior poder criativo no filme, inserindo cenas abstratas e simbólicas, como um cavalo branco, a mãe de Michael como um anjo e a Laurie com visões de Michel, similar ao que acontece no quinto filme da franquia. É o filme mais violento de toda série, violência brutal e realista, onde Sam Loomis é transformado em um personagem vil e egoísta, por fim, o filme mais uma vez divide opiniões.

A Dimension Films, até então produtora dos filmes desde 1995, dispõe de várias outras ideias para a franquia, como um filme em 3D ou um filme como o estilo Found Footage, práticas que estavam fazendo sucesso na época e que poderiam gerar lucros. Mas essas ideias não saem do papel e ocorre o fim do contrato com a produtora, que tentou de várias maneiras explorar a franquia, entretanto errando muitas vezes.

Os direitos da franquia acabaram comprados pela  Blumhouse, produtora conhecida por filmes de terror de baixo orçamento que fizeram grande sucesso, e um filme com o simples título de Halloween é lançado em 2018, distribuído pela Universal, marca a volta de John Carpenter mas agora na produção. Nesse longa, que é uma continuação direta do clássico de 1978, ignorando todas as sequências, Laurie Strode interpretada por Jamie Lee Curtis, e vive reclusa com problemas com sua família e marcada pelos acontecimentos do halloween de 1978. O filme começa com dois jornalistas interessados em documentar a história de Michael Myers, personagem preso por quatro décadas, eles incitam todas as lembranças mostrando a sua antiga máscara, ele mais uma vez, escapa e segue para sua cidade natal, tendo em vista seu acerto de contas com Laurie Strode, que agora está preparada para sua visita.

O filme fez um grande sucesso, agradando os fãs antigos que esperavam há muito tempo um filme que tratasse com apreço toda ambientação do filme de 1978, e a obra também agrada novos espectadores, por ser inovador e autêntico, algo que estava por muito tempo esquecido na franquia, sem precisar de seitas ou remakes sangrentos. Com o êxito do filme, ocorre o que foi mais natural em toda franquia, mais uma sequência, dessa vez o Halloween Kills, que tem seu lançamento previsto para 14 de outubro de 2021. A história acontece como sequência direta dos fatos ocorridos no filme de 2018, outra marca da franquia, pois Michael Myers sobrevive novamente.

Conclusão

O cinema como uma das expressões mais dispendiosas em sua produção, é também uma das mais diligentemente controladas, principalmente pelos seus produtores e investidores. Para sua criação é analisado, por exemplo, o quanto o nicho de mercado retornaria em rendimento. Deste modo, os objetos cinematográficos tendem a sofrer um forte grau de homogeneização, de repressão das tentativas de expressão individuais e releituras, como aconteceu com Rob Zombie. Isso porque uma das estratégias de controle mais marcantes é a ampla utilização de repetições estruturais no conteúdo, mas principalmente na matriz dos filmes, que são classificados em gêneros e obrigados a cumprir as expectativas em relação a esse gênero, ao ponto de quando não agradam a uma plateia experimental, são modificados e refeitos, por muitas vezes perdendo o encanto inicial e se tornando simplesmente uma marca com obras fracas, não interessadas em inovar, mas sim em usar apenas a memória afetiva dos fãs para criar e vender produtos culturais no qual exista Michael Myers e assassinatos e um simples ou confuso enredo que justifique seus atos. 

Filmes da franquia Halloween de 1978 – 2021

Referências

ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge

Zahar, 1985.

JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.

MCNEILL Dustin; MULLINS Travis. Taking Shape II: The Lost Halloween Sequels. Carolina do Norte: Harker press, 2020.

PSYCHO. Direção: Alfred Hitchcock. Produção: Alfred Hitchcock. Roteiro: Joseph Stefano. Shamley Productions, 1960 (109 min).

HALLOWEEN. Direção: John Carpenter. Produção: Debra Hill e Moustapha Akkad. Compass International Pictures; Falcon International Productions, 1978 (91 min).

HALLOWEEN II. Direção: Rick Rosenthal. Produção: John Carpenter, Debra Hill e Moustapha Akkad. Roteiro: John Carpenter e Debra Hill. De Laurentiis; Universal Pictures, 1981 (92 min).

HALLOWEEN III: SEASON OF THE WITCH. Direção: Tommy Lee Wallace. Produção: John Carpenter,  Debra Hill e Moustapha Akkad. Roteiro: Tommy Lee Wallace. Dino De Laurentiis Company; Universal Pictures, 1982 (98 min).

HALLOWEEN 4: THE RETURN OF MICHAEL MYERS. Direção: Dwight H. Little. Produção: Paul Freeman e Moustapha Akkad. Roteiro: Alan B. McElroy. Trancas International Films, 1988 (88 min).

HALLOWEEN 5. Direção: Dominique Othenin-Girard. Produção: Ramsey Thomas e Moustapha Akkad. Roteiro: Michael Jacobs, Dominique Othenin-Girard e Shem Bitterman. Magnum Pictures Inc.; The Return of Myers; Trancas International Films, 1989 (96 min).

HALLOWEEN 6: THE CURSE OF MICHAEL MYERS. Direção: Joe Chappelle. Produção: Paul Freeman e Moustapha Akkad. Roteiro: Daniel Farrands. Halloween VI Productions; Miramax Films; Nightfall, 1995 (88 min).

HALLOWEEN H20 .Direção: Steve Miner. Produção: Paul Freeman e Moustapha Akkad. Roteiro: Robert Zappia e Matt Greenberg. Dimension Films; Nightfall Productions, 1998 (86 min).

HALLOWEEN RESURRECTION. Direção: Rick Rosenthal. Produção: Paul Freeman, Michael Leahy e Moustapha Akkad. Roteiro: Larry Brand e Sean Hood. Dimension Films; Nightfall Productions; Trancas International Films, 2002 (94 min).

HALLOWEEN. Direção: Rob Zombie. Produção: Malek Akkad, Andy Gould e Rob Zombie. Roteiro: Rob Zombie. Dimension Films; Nightfall Productions; Spectacle

Entertainment Group; Trancas International Films; The Weinstein Company, 2007 (109min).

HALLOWEEN II. Direção: Rob Zombie. Produção: Malek Akkad, Andy Gould e Rob Zombie. Roteiro: Rob Zombie. Dimension Films; Spectacle Entertainment Group; Trancas International Films, 2009 (105 min).

HALLOWEEN. Direção: David Gordon Green. Produção: Jamie Lee Curtis, John Carpenter, Malek Akkad e Jason Blum. Roteiro: Danny Mcbride e David Gordon Green. Universal Pictures;  Blumhouse Productions; Trancas International Films, 2018 (106 min).

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