CRÍTICA | O Encouraçado Potemkin (1925), Sergei M. Eisenstein

Imagem do filme

Por: Gabriel Almeida

Redação da RUA

A Obra de Sergei Eisenstein reflete a primazia do cinema russo dos primórdios e aponta todas as suas características mais marcantes, além de ser um contraponto fundamental ao modelo de cinematografia que se formava. Por isso o longa-metragem é marcante até os dias atuais e é, definitivamente, um cânone na história do cinema.

O filme apresenta, em cinco capítulos, a situação soviética que havia acabado de encarar grandes revoltas políticas e sociais em um passado muito recente, mas,  por utilizar do discurso cinematográfico característico do contexto, a temática da revolta popular recebe uma carga dramática ainda maior, ainda mais potente. Mesmo um filme de 1925, com uma linguagem muito distante da que temos como costume, é capaz de construir cenas de tirar o fôlego e causar inúmeras emoções – sobretudo a angústia, a revolta e a esperança.

É necessário apontar uma das características fundamentais da obra: a montagem. Rápida e de repetições, toda sensação causada é revivida, repetida, tem sua carga dramática ainda maior, e sem nunca dar espaço pra respirar – até as cenas mais comuns nos deixam agitados. O que é engraçado, pois, ao contrário da montagem suave, na qual se espera uma maior adesão do espectador, este deveria causar o distanciamento – e na verdade o apego que tenho enquanto assisto o filme é tão grande quanto.Seus temas de greve e de revolta popular, tanto quanto dizem do governo vigente, dizem também sobre os dias atuais. Aquele que assiste reconhece nos trabalhadores o motivo da sua insatisfação, e os lados estão comprados. Assistir O Encouraçado Potemkin (1925) é memorar um sentimento de luta e um sentimento de união, talvez pelos personagens coletivos que o longa constroi. Mais do que nunca, um filme que todos deveriam ver pelo menos uma única vez.

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