Noite de Kino: Escritas do cinema

Sempre ouvi dizer que a ‘Noite de Kino’ era uma correria, mas nunca pensei o quão gostoso e valioso seria passar por isso. O desafio é grande: fazer um vídeo de até 3 minutos sobre o tema proposto, em no máximo 36 horas. A noite de Kino traz ao estudante de cinema uma verdadeira aula através da prática, que nesta edição foi mediada através do tema Escritas do Cinema.

Fomos em quatro estudantes do 2º ano do curso de Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos: Lígia Borba, Pâmella Zakrzewski, Marina Rossato e Vitor Villaverde.

Além da UFSCar, participaram da Noite de Kino a FAAP, Unicamp, PUC-SP, Universidade Anhembi-Morumbi, Universidade Metodista de São Paulo, ECA-USP, Universidade SENAC, Faculdade Cásper Líbero e Escola Livre de Cinema de Santo André.


Tudo começou com um delicioso café da manhã produzido pela equipe do Festival Internacional de Curtas (do qual a Noite de Kino é projeto paralelo) no saguão da Cinemateca de São Paulo, para então nos reunirmos e descobrirmos qual seria o tema deste ano, o qual nos causou surpresa.
Saímos da cinemateca com diversas idéias na cabeça, e com ajuda dos professores Alessandro Gamo e Renato Coelho, aprimoramos algumas e descartamos outras.

Pensamos em retratar a escrita do cinema através de sua perspectiva histórica tratada através da linguagem começando pelo cinema mudo preto e branco, os intertítulos, a introdução dos closes, da cor, posteriormente do som, e das legendas, além das diversas formas de montagem. Depois pensamos que fazer isso talvez tornasse nosso vídeo um pouco institucional, e decidimos ficar apenas com a idéia de tratar a forma do vídeo sobre a perspectiva da diversidade que a escrita do cinema possui.
Porém, na noite de Kino um fator preocupante é o tempo, que por se extremamente curto não nos permite muitas escolhas, já que é extremamente curto. Já tínhamos definido a forma como seria retratado o vídeo, mas ainda não sabíamos aonde colocá-la: nosso problema era o conteúdo do roteiro. Sentamos então e pensamos que não trataríamos o tema abstratamente, sem uma história, construiríamos uma narrativa e inseriríamos as possibilidades de escritas do cinema na forma que contaríamos essa história.
Fomos então para a narrativa, e conseguimos criar uma história pensando em uma caixa como analogia à linguagem cinematogrática, a qual a cada equipe que passa (som, arte, fotografia) ela muda de forma, se transforma e adquiri novos significados.
Finalizada essa etapa, começaríamos então a procurar locações para gravar o curta, mas a chuva logo começou, e nos deparamos com outro favor desfavorável além do tempo. Começaríamos então por locações internas, como a livraria e uma passarela subterrânea no final da Avenida Paulista até que a chuva parasse e pudéssemos gravar o restante das coisas.

Eram aproximadamente 23h quando paramos de gravar e iríamos então pra edição. É nessa hora que entendemos o motivo do nome do evento ser ‘Noite de Kino’, pois passamos toda a madrugada editando o curta, nos revezando em algumas poucas horas de sono. O trabalho durou até aproximadamente Às 15h, quando após estarmos com a Mini-DV finalizada em mãos, nos dirigiríamos ao MIS (Museu da Imagem e Som) para a exibição dos curtas prevista para às 20h do dia 24/8.

Ao começar a exibição, percebemos mais uma vez as inúmeras possibilidades que o tema conseguiria abranger, e a forma que os curtas universitários conseguem cada vez mais se superar, seja na estética, na parte técnica, ou na narrativa. A diversidade esteve presente durante toda a apresentação, que contou com a divertida apresentação de William Hinestrosa e Lara Lima, e vimos como é enriquecedor para o publico universitário uma experiência desse tipo. O aprendizado vai além da teoria que nos é ensinada em sala, ele passa pela experiência de transformar uma idéia em imagens em movimentos, com a rapidez exigida no mercado cinematográfico.
Só posso parabenizar a todos pelo evento, agradecer em especial ao professor Renato Coelho pelo apoio durante todo o processo, e desejar muita sorte aos participantes do ano que vem.

Lígia Borba é graduanda em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

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