O vale da memória: ensaio sobre memória e narrativa em Narradores de Javé

Jorge Henrique da Silva Romero*
Carolina Melania Ramkrapes**

RESUMO

Esse artigo procura investigar as formas da memória e da narrativa no filme Narradores de Javé (2003) de Eliane Caffé, tendo por base os conceitos de “memória coletiva”, desenvolvida por Maurice Halbwachs, e “memória cultural” por Yan Assmann. Além disso, nos apoiamos na contribuição de Walter Benjamin para entender o processo narrativo desencadeado pelo conflito central do filme: a iminente destruição do vale de Javé.

OS TESOUROS ESCONDIDOS DE JAVÉ

No final, tirando-se gravuras e livros, o passado deixou na sociedade de hoje muitos vestígios, às vezes visíveis, e que também percebemos na expressão das imagens, no aspecto dos lugares e até nos modos de pensar e de sentir, inconscientemente conservados e reproduzidos por tais pessoas e em tais ambientes.

Maurice Halbwachs, A Memória Coletiva.

O filme Narradores de Javé (2004), dirigido por Eliane Caffé, poderia ser entendido como uma busca pelos valiosos “tesouros de inumeráveis imagens” que nos fala Santo Agostinho em suas Confissões, ao refletir sobre o poder da memória que guarda em si “tudo aquilo que pensamos, quer aumentando, quer diminuindo, quer variando de qualquer modo que seja as coisas que os sentidos atingiram”¹. Somente a busca por esses thesauri pode preservar a vida de uma comunidade sertaneja ameaçada pela construção de uma hidrelétrica. É impossível não pensar na metáfora do rio do esquecimento. As águas que tomarão o vale de Javé irão arrastar e destruir todas as formas visíveis de um passado, monumentos, casas, cemitério, igreja, etc. A única esperança é escrever sobre os “grandes” feitos dos “grandes” personagens do vale, recriar um passado através de um resgate das memórias dos habitantes. Ou seja, narrativa e memória se constituem como espaços de resistência.

O vale de Javé é um pequeno povoado do interior baiano que poderia ser considerado, segundo a classificação de Paul Zumthor, como uma comunidade de “oralidade mista”, onde escrita e oralidade habitam o mesmo espaço. Contudo, a influência “da escrita ai continua externa, parcial ou retardada (como atualmente nas massas analfabetas do terceiro mundo)” (ZUMTHOR, 1997: 37).

Apesar da população ser predominantemente analfabeta, há em Javé um posto dos Correios onde trabalha um único funcionário, Antônio Biá. Correndo o risco de perder seu emprego devido ao pouco movimento, em nome dos moradores, Biá resolve escrever e enviar cartas falsas que revelam peculiaridades observadas por ele: “aumentou os casos acontecidos, mentiu e com malícia ia difamando um e outro infeliz do povoado. Tudo feito com muita graça, sabença e ofício”. Ao descobrir essas cartas, Javé resolve expulsá-lo.

Essa expulsão pode ser considerada em seu aspecto simbólico: Javé, ao se ver ameaçada pela influência subversiva da escrita, que leva para longe detalhes que, até então, permaneciam somente no vale, resolve expulsá-la de seu convívio. Essa expulsão da escrita representa menos um castigo do que um medo irreprimível da mudança que ela representa.

Contudo, Javé, ao se deparar com a ameaça do esquecimento resolve trazer a escrita de volta para o seu abrigo. Esse retorno pode marcar uma tensão entre escrita, história e memória. Segundo Beatriz Sarlo, “[o] passado é sempre conflituoso. A ele se referem, em concorrência, a memória e a história, porque nem sempre a história consegue acreditar na memória, e a memória desconfia de uma reconstituição que não coloque em seu centro os direitos da lembrança.” (SARLO, 2007: 09)

Num primeiro momento, a escrita é a única forma de superar a desconfiança existente entre história e memória. É a única forma de juntar as “histórias espalhadas na cabeça do povo”, ou seja, mostra-se como a possibilidade de reconstituição histórica das narrativas orais, canonizando um passado para a partir dai atribuir-lhe valor.

A história de Javé precisa ser “científica” e somente a escrita poderia lhe conferir tal valor. Por isso, a necessidade do retorno, a oralidade mostra seus limites diante do avanço civilizador de um presente opressivo simbolizado pela construção da hidrelétrica.

 

MEMÓRIA COLETIVA E MEMÓRIA CULTURAL

Em A memória, a história, o esquecimento, Paul Ricouer afirma que devemos a Maurice Halbwachs uma “audaciosa decisão de pensamento que consiste em atribuir a memória diretamente a uma entidade coletiva que ele chama de grupo ou sociedade”. (RICOUEUR, 2007: 130).

De fato, parece que aprendemos com Halbwachs que nossas lembranças não são exclusivamente nossas, mas são coletivas e, ainda mais, essas lembranças que supomos serem produtos de nossa “minhaldade” (para utilizar uma expressão de Ricouer) nos são lembradas por outras pessoas “ainda que se trate de eventos em que somente nós estivemos envolvidos e objetos que somente nós vimos” (HALBWACHS, 2006: 30).

Maurice Halbwachs, a partir de 1925, dedica-se a compreensão do fenômeno da memória em contraposição às teorias propostas no período de caráter marcadamente “psicologizante”. Em sua obra A Memória Coletiva, postumamente publicada (1950), o autor afirma a impossibilidade de uma memória individual: todas as experiências, por mais que se mostrem como solitárias, são resultados de um convívio social, no qual estaríamos imersos, mesmo que inconscientemente.

Para Halbwachs, as lembranças revelam aspectos de nosso convívio com o Outro; ao narrar uma experiência, nossa fala encontra a todo momento indícios do contato com grupos aos quais pertencemos; à instituições sociais como família, escola, Estado, religião, nação; a sentimentos também marcados pela experiência histórica como o medo, a saudade, o amor; e a noções como a beleza, o trabalho, a moral. A cada narrativa, características como essas nos são reveladas.

Segundo Yan Assmann, Halbwachs coincide com Nietzsche ao entender a memória como um fenômeno social. A diferença é que para Halbwachs a memória não é constituída por um fator exterior, enquanto para Nietzsche há uma “memória da vontade” que em alguns suspende o esquecimento, como por exemplo, nos casos onde realizamos promessas, um “não-mais-querer-livrar-se” de alguma impressão que uma vez gravada retorna como uma ferida que sempre causará dor.

Ainda segundo Assmann, a memória para Halbwachs:

Gera-se no seio do indivíduo segundo as normas da comunicação com os outros e a adesão às constelações sociais. Sem a adesão nem a comunicação, o indivíduo não pode agrupar as imagens internas em lembranças. A memória é um parâmetro de classificação social – Halbwachs o chama “marco” e antecipa assim o conceito de Erving Goffmann – que transmite ao indivíduo através do trato com os outros e que cria estrutura em seu caótico mundo interior. (ASSMANN, 2008: 127) [tradução própria]

Enquanto Halbwachs é o grande teórico da memória coletiva, Nietzsche é o da memória que Assmann nomeia como vinculante; assim como Maurice Halbwachs demonstrou que “o ser humano necessita de relações para desenvolver uma memória e poder recordar, Nietzsche demonstrou que o ser humano necessita de uma memória para poder relacionar-se.” (ASSMANN, 2008: 21) [tradução própria].

Diferente da memória coletiva ou vinculante, Assmann formula um conceito de memória cultural que supera um horizonte “determinado por fórmulas e figuras de recordação”. Na memória cultural não há uma operação de instrumentalizar o passado como ocorre com a memória vinculante. Na memória cultural, o conceito de tradição cultural é entendido de forma dinâmica e com interação entre diversos agentes, sejam psíquicos ou sociais.

 

OS NARRADORES SERTANEJOS

Em Narradores de Javé percebemos, mais do que nunca, o sentido que atribuiu Walter Benjamin à narrativa em seu célebre ensaio O narrador: Considerações sobre a obra de Nicolai Leskov:

A narrativa, que durante tanto tempo floresceu num meio de artesão – no campo, no mar e na cidade -, é ela própria, num certo sentido, uma forma artesanal de comunicação. Ela está interessada em transmitir o “puro em si” da coisa narrada como uma informação ou um relatório. Ela mergulha a coisa na vida do narrador para em seguida retirá-la dele. Assim se imprime na narrativa a marca do narrador, como a mão do oleiro na argila do vaso. (BENJAMIN, 1985: 205).

Os moradores de Javé são, por excelência, artesãos no sentido benjaminiano. A história do vale é narrada por Zaqueu a um viajante desconhecido e um grupo de pessoas, em um bar. Ao iniciar a história, Zaqueu imprime na narrativa marcas pessoais das quais nos fala Walter Benjamin: “Os narradores gostam de começar sua história com uma descrição das circunstâncias em que foram informados dos fatos que vão contar a seguir, a menos que prefiram atribuir essa história a uma experiência autobiográfica”. E assim, no inicio da narrativa de Zaqueu, temos um exemplo típico das marcas do narrador, citadas por Benjamin:

Eu mesmo, que não sou das letra… Posso contar um rebuliço que uma escritura foi capaz de fazer. Ó, foi um caos. O caos mais, mais… Cês nem vão querer ouvir. (…) Então vão escutando. Aconteceu no Vale do Javé (…) Povoado onde eu nasci e cresci.

O primeiro ponto que nos chama atenção na narrativa de Zaqueu é o momento em que se instaura o processo de suspensão da descrença. Zaqueu não precisa de testemunhas para confirmar a veracidade do seu relato: “Para confirmar ou recordar uma lembrança, não são necessários testemunhos no sentido literal da palavra, ou seja, indivíduos presentes sob uma forma material e sensível.” (HALBWACHS, 2006: 31) Também não

precisa apresentar qualquer prova da existência da comunidade. Há uma disposição dos interlocutores que suspendem momentaneamente a descrença e participam desse jogo narrativo.

O primeiro narrador “procurado” por Antônio Biá é seu Vicentino, descendente de um dos fundadores do povoado, Indalécio. Esse diálogo é acompanhado por uma tensão entre os dois: de um lado Antônio Biá, responsável em escrever A Odisseia do Vale do Javé, havia sido surpreendido por seu Vicentino quando fora visitar a filha dele. Do outro, seu Vicentino, descendente de Indalécio, suposto fundador do Vale, o que seria suficiente para atribuir o know how ao narrador. O momento culminante dessa tensão é quando Biá sugere alterar a história narrada por seu Vicentino, distinguindo fato acontecido e fato escrito: “O acontecido tem que ser melhorado na escrita de forma melhor para que o povo creia no acontecido”, mas Vicentino quer preservar sua memória da fundação do Vale, centrada na figura heroica de Indalécio.

Há nesse diálogo uma tensão profunda entre escrita e narrativa. A história contada por seu Vicentino precisa ser “floreada”, coisa que somente a escrita pode fazer para atribuir veracidade à história de fundação do Vale. É importante comparar as duas versões, primeiro a narrativa de Vicentino:

Já me ofereceram muito dinheiro por essa garrucha. Mas eu não troco por dinheiro nenhum, nem por nenhum favor! Essa coronha que o senhor tá vendo aqui já esteve no punho de Indalécio. Antônio Biá: – Indalécio, o fundador de Javé? Seu Vicentino: – Esse mesmo. Como o senhor já deve ter sabido, é quase certo que eu seja descendente indireto daquele nobre chefe de guerra. Indalécio era um homem seco, duro, sistemático. Era um homem que nunca dizia sim quando queria dizer não. Cada coisa pra ele só tinha uma medida! Consta que nunca descia do cavalo. Dormia montado na cela pra tá pronto pra guerra a qualquer momento. (…) A história de Javé começa junto com Indalécio. Foi ele quem guiou nossos antepassados, um punhado de gente valente que era sobra de uma guerra perdida. Tinham sido expulsos das suas terra por ordem do rei de Portugal, que queria tomar o ouro que era deles. Pois Indalécio, mesmo ferido, foi trazendo seu povo pra longe… em busca de um lugar seguro. Mas Indalécio não atinava com o lugar certo. Ele queria ir mais longe, distante de braço de governo, de rei. Andaram dias, meses… trazendo nas costas o sino, que era a coisa mais sagrada que possuíam. [pausa] Indalécio mergulhou naquele mar de bois… Escolheu o boi mais bonito e mais gordo… Matou… E levou pra matar a fome de nossa gente. Não disse uma palavra e…

No começo da narrativa, seu Vicentino mostra uma garrucha que teria pertencido a Indalécio, ressalta o valor do objeto ao afirma que seria incapaz de vendê-lo. Novamente um narrador imprime uma marca pessoal à narrativa, essa marca torna-se mais profunda com a identificação do narrador como antepassado do fundador de Javé. Mesmo que seu Vicentino não pertença à linhagem direta de Indalécio, há um sentimento de pertencimento que orienta suas ações e sua narrativa.

Ao definir a personalidade de Indalécio, o narrador cria uma figura heroica (que mesmo ferido guiou seu povo), mítica (nunca descia de seu cavalo) e que não se submetia a nenhuma espécie de poder constituído. O povo que ele guiava também possuía qualidades heroicas (um povo guerreiro, expulso pelo rei de Portugal). O momento de suspensão da narrativa marca uma passagem importante, o momento em que o povo carrega o sino para o lugar guiado por Indalécio. O sino é uma espécie de monumento, objeto sagrado que também aparece na narrativa seguinte e que no final será o único objeto que permanecerá após a construção da hidrelétrica e destruição do povoado.

Ao narrar como Indalécio matou um boi e alimentou seu povo, a narrativa entra em conflito com a escrita de Biá, que sugere modificações na história:

Aliás, o senhor vai me desculpar, mas esse negócio de Indalécio ir lá e pegar um boi assim sem mais nem menos não tá bom, não! Seu Vicentino: – O quê que não tá bom? Biá: – Ninguém vai entregar um boi assim de graça. Só se for boi de camelô. Olha, essa parte aí tem que melhorar. Vicentino: – Melhorar? Você já tá querendo inventar, é? Biá: – Não, inventar não. Mas florear um bocadinho. Vamo ver? Deixa eu ver. Os dias pareciam não ter fim… e aquela gente guerreira, de tanta fome, quase não mais respirava. Aí, passa por eles aquela boiada imensa, gorda… um dilúvio bovino. Ê, boi! Ê, boi! Aquele mundo, aquele mar, aquele mar de boi.. Capaz de fazer verter lágrima… só de ver aquelas coxas, as costela, as alcatras chiando na brasa…[imita o som da carne na brasa] pingando gordura no fogo. Mas tinha muita gente armada guardando aquele bovil. Bovil é um canil de boi. Então Indalécio pensou numa alta estratégia de guerra. Ele raciocinou-se todo e esperou anoitecer… E quando os bois estavam mais quietos, mais calmos e os vaqueiros mais espreguiçados, aí, no meio daquele breu ele chamou dois homens do seu bando, os mais valentes. Mas ele não chamou pelo nome. Ele usou “onomatropias”, a língua dos bicho. [imita dois bichos] Um se chamava Rolinha, e o outro era Zé da Onça. E mandou os dois homem rastejarem, assim, lagarteando, pra dentro daquele boiaréu (…) aí, eles arrancaram as alpercatas dos pés e calçaram nas quatro patas do boi mais gordo. E foram trazendo o bicho calçado, bem devagarinho, sem fazer barulho nenhum, sem dar um tiro, mas com tamanha bravura e esperteza.

A escrita de Antonio Biá não somente “floreia” ou “melhora” a história de seu Vicentino, mas produz novos sentidos, modifica o caráter heroico de Indalécio, lhe atribui novas qualidades (estratégia, esperteza, raciocínio), insere detalhes, explica, justifica e cria novos valores através de uma ficcionalização da narrativa de Vicentino. Na ficção de Biá, Indalécio torna-se um herói astuto e industrioso como Odisseu, ou seja, para escrever a grande “Odisseia do Vale do Javé” é necessário criar um herói com as qualidades que somente o lápis de Biá é capaz. Contudo, seu Vicentino se recusa a modificar sua história e Biá se recusa a escrever a narrativa de Vicentino, criando assim um impasse entre escrita e narrativa.

Na narrativa seguinte destacamos um ponto fundamental: a negociação da memória. Na casa de Deodora um grupo de moradores está reunido em torno de Biá. O ponto culminante é a negociação sobre o que será escrito para o “dossiê”. Biá sugere uma votação para que as pessoas escolham entre duas histórias narradas: de um lado, a história de Deodora que ressalta os valores de Mariadina, que teria “cantado as divisas” do povoado, minimizando assim a importância de Indalécio; do outro, a narrativa de Firmino, que minimiza a importância de Mariadina, mostrando-a como louca que não participou do bando de Indalécio que, segundo ele, teria morrido devido uma disenteria.

Nessa passagem, percebemos a importância do grupo ao dar corpo às memórias, cada um enriquece a narrativa, modifica a história do outro, acrescenta novos elementos. A memória de Javé vai sendo, ao longo do filme, escrita coletivamente.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na odisseia vivida pelos narradores de Javé, narrativa e memória ocupam a centralidade do debate: as diferentes formas de recontar as experiências passadas do grupo estão em conflito com a maneira pela qual tais contos passarão a fazer parte da memória escrita do povoado, ou seja, de sua História.

O filme de Eliane Cafeé tematiza com profundidade a importância das narrativas orais em um tempo de acelerado e imediato contato com informações: o tempo da civilização, do progresso. A ameaça pela qual passa Javé – que é a história de incontáveis povoados pelo Brasil – faz de cada uma das memórias contida na narrativa dos habitantes um espaço de disputa: resgata-se a escrita com o intuito de resistir ao progresso, ao desenvolvimento econômico das grandes empresas e corporações, as novas formas de vida e consumo, ao deslocamento para outra região, enfim, resistir àquilo que parece estar determinado e onde não há espaço para o que não é novo.

A disputa das narrativas enriquece os espaços de convívio em Javé, tendo em vista a importância que cada habitante dedica aos fatos que irão compor a memória do grupo. Ali os fatores psíquicos e sociais relacionam-se de forma dinâmica, as intenções de Seu Vicentino, Deodora e Firmino, mesmo que desconhecidas, apontam a complexidade da constituição de uma memória para Javé, contudo intensifica suas experiências ao colocarem todos em contato. Sem conseguir escrever a odisseia, o grupo reune-se solidariamente para buscar um local para morar, e mesmo Antonio Biá (causador de intrigas ao florear as memórias dos narradores sertanejos) acompanha o grupo em sua diáspora.

Desta forma, o progresso com a construção da hidrelétrica impôs sua memória, afogou tantas outras, impediu que muitas narrativas se multiplicassem por gerações futuras. Porém, a nova experiência entre os moradores de Javé se manteve: a possibilidade da resistência de diferentes narrativas em meio a muitas memórias e histórias.

*João Henrique da Silva Romero é bacharel em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas, mestre em Teoria e História Literária (Unicamp), doutorando em Teoria e História Literária (Unicamp).

**Carolina Melania Ramkrapes é bacharel e licenciada em História pela Unicamp.

¹Santo Agostinho. Confissões. Lisboa: Centro de Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira – Imprensa Nacional – casa da Moeda, 2004. Pg. 453. Sobre a importância da memória no pensamento de Santo Agostinho, consultar A arte da memória de Frances A. Yates. Campinas: Editora da Unicamp, 2007. Pgs. 69-71.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSMANN, Yan. Religión y memoria cultural. Buenos Aires: Lilmod, Libros de la Araucaria, 2008.

BENJAMIN, Walter. Magia, Técnica, Arte e Política. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento . Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007

SANTO AGOSTINHO. Santo Agostinho. Confissões. Lisboa: Centro de Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira – Imprensa Nacional – casa da Moeda, 2004

SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: UFMG, 2007.

ZUMTHOR, Paul. Introdução à poesia oral. São Paulo: Editora Hucitec, 1997.

FILMOGRAFIA

Narradores de Javé (2003), Direção de Eliana Caffé. 102 min., sonoro/colorido, Brasil: Lumiere/ Vídeofilmes.

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Este post tem um comentário

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    Bárbara Dalla Costa

    Assisti o filme e não absorvi tantas informações quanto as expostas nesse artigo. Muito bom, parabéns aos autores.

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