Prometo que juro (Jasmine Giovannini, UFJF, 2011)

Por Jasmine Giovannini, Fernando Braida e Isadora Almeida*

A disciplina exigia que produzíssemos e executássemos a gravação de um curta metragem utilizando, se possível, algum espaço do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora. Iniciamos com a elaboração do roteiro. Foi um processo longo que consumiu a maior parte da execução. Um dos problemas que enfrentamos foi a previsão que tínhamos de fazer sobre o que iríamos filmar, sendo que tínhamos feito isso pouquíssimas vezes. Mexer com a parte burocrática de escrever e planejar, mesmo sem saber se ia ser possível ou não.
A professora orientou produzir uma adaptação para um roteiro bem elaborado, mas dentro de nossas possibilidades. Nós pensamos em algo simples, uma história que não fosse complexa para traduzir em imagens. Concordamos com que cada um do grupo sugerisse alguns contos e depois de longas conversas concordamos em usar o texto de Alan Vilella, “Promete que jura?”.


Trabalhamos por um bom tempo na argumentação do roteiro, voltando nosso olhar fundamentalmente para uma base teórica e argumentativa forte. Em cima dessa base trabalhamos com referências nos diretores do cinema contemporâneo, como Cao Guimarães e Esmir Filho, assim como propostas estéticas como a Lomografia e o Stop Motion. Pensamos em formatos que se enquadrassem com a proposta do argumento, um filme esteticamente sensível. Envolto por sentimentos nostálgicos e lembranças.
Com roteiro e argumentos prontos, a execução da filmagem se tornou fácil. Em um dia gravamos com dois amigos da faculdade, Gabriela Said e Thiago Lopes.  Como optamos pelo audio over, chamamos mais dois amigos para gravar as vozes, Valentine Fontanella e Felipe Pacheco. Ao passo que a montagem ia sendo feita, esboços de cortes iam sendo compartilhados entre parceiros, colegas, professores e amigos, com um bate-bola fluente entre realizadores e espectadores, firmando um processo colaborativo feito entre amigos para amigos.


Quanto ao resultado final, em “Prometo que juro” existem questões não resolvidas, elementos simbólicos pouco explorados, uma “finalização não finalizada”, erros e acertos. Mas apesar da autocrítica, o curta foi finalizado no seu tempo certo. Com lacunas sensivelmente preenchidas e outras ainda abertas, sabemos que foi um exercício de estudo e uma primeira reflexão e experiência sobre nosso próprio trabalho. No fim das contas gostamos muito do que o filme se tornou. Foi selecionado para exibição no Festival Primeiro Plano em 2011, em pouco tempo atingiu grande números de views no Vimeo e acabamos com a satisfação de um trabalho bem feito. Acima de tudo acreditamos no processo como formação, além de qualquer resultado (mas cá entre nós, quando ele é gratificante tudo fica muito mais interessante!).

* Jasmine Giovannini, Fernando Braida e Isadora Almeida são realizadores do curta Prometo que Juro e alunos do curso de Artes e Design na Universidade Federal de Juiz de Fora.

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